Jornalista mostra a realidade dos pescadores do manguezal em livro-reportagem

“Com os Pés na Lama”, de Robson Custódio, publicado pela Editora Íthala, foi lançado, em Curitiba

230784_426788_foto_1_1As experiências dos moradores da Vila Almeida, na ilha de Guaraqueçaba, que vivem da pesca no manguezal é o pano de fundo para o livro-reportagem “Com os pés na Lama”, do jornalista Robson Custódio, que a Editora Íthala lançou em agosto, nas Livrarias Curitiba. A obra é resultado de seu TCC – Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo da UniBrasil, que recebeu da banca examinadora a nota 9,5, e conta com o prefácio de José Carlos Fernandes, jornalista da Gazeta do Povo, e apresentação de Maura Oliveira Martins, coordenadora do curso de jornalismo da UniBrasil e orientadora do projeto na época.

“Com os Pés na Lama”, composto por seis capítulos e recheados de fotografias, apresenta a realidade, denúncias, tristezas e alegrias, costumes, cultura, religião e ironias dos pescadores. Robson conta que a ideia do tema surgiu ao acaso, durante suas pesquisas na graduação. “Interessei-me principalmente por não haver muitas referências desta área. O manguezal é diferente, não temos muitas coisas a respeito. Sobre pescadores menos ainda. Quem um dia se interessou em saber quem vive e sobrevive ali? Eu tive a curiosidade e descobri coisas incríveis. A partir do momento em que entrei na região tive a certeza de que ali haviam muitas histórias, de pessoas e aventuras, para serem descobertas. O mangue não é fácil para ninguém, então contar a vida desses pescadores de manguezal seria uma oportunidade para termos um olhar mais atento a eles”.

Robson abre mão das estratégias narrativas do jornalismo convencional a partir do momento em que decidiu vivenciar a história que pretendia relatar. “Para contar as histórias deles eu precisava estar lá, no meio deles, vivendo a vida deles. Não seria fácil, mas tinha que enfrentar se quisesse mesmo retratar a vida desses pescadores. É muito cômodo apenas ouvi-los e recontar. É muito mais prazeroso e confiável contar algo que nós participamos”, observa. Robson teve que conhecer como se fazia as atividades no mangue, dormia na casa deles, comia do que eles tinham e divertia-se como eles. “Foi sofrido, mas tive que enfrentar. Várias vezes me machuquei, mas não desisti. E a obra, além disso, não é para termos dó de um povo isolado, mas para sabermos como é tão interessante estar ali”, lembra.

O livro ficou pronto em um ano, entre pesquisas, escritas e reescritas.

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