“Com os Pés na Lama”, de Robson Custódio, publicado pela Editora Íthala, foi lançado, em Curitiba
As experiências dos moradores da Vila Almeida, na ilha de Guaraqueçaba, que vivem da pesca no manguezal é o pano de fundo para o livro-reportagem “Com os pés na Lama”, do jornalista Robson Custódio, que a Editora Íthala lançou em agosto, nas Livrarias Curitiba. A obra é resultado de seu TCC – Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo da UniBrasil, que recebeu da banca examinadora a nota 9,5, e conta com o prefácio de José Carlos Fernandes, jornalista da Gazeta do Povo, e apresentação de Maura Oliveira Martins, coordenadora do curso de jornalismo da UniBrasil e orientadora do projeto na época.
“Com os Pés na Lama”, composto por seis capítulos e recheados de fotografias, apresenta a realidade, denúncias, tristezas e alegrias, costumes, cultura, religião e ironias dos pescadores. Robson conta que a ideia do tema surgiu ao acaso, durante suas pesquisas na graduação. “Interessei-me principalmente por não haver muitas referências desta área. O manguezal é diferente, não temos muitas coisas a respeito. Sobre pescadores menos ainda. Quem um dia se interessou em saber quem vive e sobrevive ali? Eu tive a curiosidade e descobri coisas incríveis. A partir do momento em que entrei na região tive a certeza de que ali haviam muitas histórias, de pessoas e aventuras, para serem descobertas. O mangue não é fácil para ninguém, então contar a vida desses pescadores de manguezal seria uma oportunidade para termos um olhar mais atento a eles”.
Robson abre mão das estratégias narrativas do jornalismo convencional a partir do momento em que decidiu vivenciar a história que pretendia relatar. “Para contar as histórias deles eu precisava estar lá, no meio deles, vivendo a vida deles. Não seria fácil, mas tinha que enfrentar se quisesse mesmo retratar a vida desses pescadores. É muito cômodo apenas ouvi-los e recontar. É muito mais prazeroso e confiável contar algo que nós participamos”, observa. Robson teve que conhecer como se fazia as atividades no mangue, dormia na casa deles, comia do que eles tinham e divertia-se como eles. “Foi sofrido, mas tive que enfrentar. Várias vezes me machuquei, mas não desisti. E a obra, além disso, não é para termos dó de um povo isolado, mas para sabermos como é tão interessante estar ali”, lembra.
O livro ficou pronto em um ano, entre pesquisas, escritas e reescritas.