Que vergonha!
Por: Katia Muniz
O Brasil é riquíssimo em belezas naturais. Praias paradisíacas, rios, cachoeiras, arquipélagos, chapadas. Tudo de tirar o fôlego!
Chorão, ex-vocalista da banda Charlie Brown Jr., cantava o verso: “Molduras boas não salvam quadros ruins”.
E o que se anda pintando neste país não há moldura que salve.
Por aqui, pintam o sete, desenham o oito e surrupiam altos dígitos.
Invadem hospital com armamento pesado para resgatar um traficante.
Constroem ciclovia ao preço de quase 45 milhões de reais e, três meses depois de inaugurada, assistimos, estarrecidos, à parte dela ir, literalmente, água abaixo. Pior, com saldo de mortes.
Há estupro coletivo. Há barbáries em cada esquina.
Ah! Por aqui, também levam onças para servir de alegoria durante a passagem da tocha olímpica. E depois? Bem, depois o animal se irrita e se estressa com o circo todo , diz a que veio usando seu instinto selvagem e o abatem.
O que, comumente, se ouve após tantas notícias escabrosas é que vão apurar os fatos e punir os responsáveis. Responsáveis? Ou seriam irresponsáveis?
Se os responsáveis ou irresponsáveis serão punidos, provavelmente, não saberemos. Estaremos ocupados vendo a abertura da Olimpíada, enfrentando filas quilométricas para pagar contas, aguardando senhas para sermos atendidos em hospitais sem estrutura ou driblando o curto dinheiro com a enorme lista do supermercado. Nada que nos tire o humor para também nos envolvermos com os próximos sambas-enredos do Carnaval de 2017, quando derrubaremos o queixo diante de vários pares de seios siliconados e desnudos.
Afinal, se há algo que esse país sabe fazer bem é Carnaval. E o serve o ano inteiro.
Copa, Olimpíada. Será que ninguém vê que nossas prioridades são outras e de caráter emergencial?
Será que não tem ninguém, com um mínimo de bom senso, para enxergar que não é prudente levar duas onças para uma cerimônia, no meio da multidão?
Envergonha-se quem ainda carrega alguma decência.
Juma e a Olimpíada. Para mim, as duas foram abatidas.
Prezada Katia;
Mais uma vez parabéns pelo texto.
Triste realidade.
Obrigada pela leitura e comentário, Luiz Maranhão. Abraço.