Crônica do Dia: Rita Lee

Livro-Rita-Lee-Imaginação-FértilPor: Kátia Muniz

Não consigo ouvir algumas músicas da Rita Lee sem fazer viagens ao passado. Tem canções que permanecem com a gente, moram dentro e basta ouvir os primeiros acordes para as lembranças saltarem do fundo do baú.

Quando me deparei, na livraria, com Rita Lee – uma autobiografia, sabia que a leitura seria um check-in para as recordações.

O livro tem 294 páginas. Devorei-as.

Capítulos curtos, narrativa em primeira pessoa e aquela deliciosa sensação de que Rita está sentada ao nosso lado, tricotando sobre sua vida.

Rita se despe, conta tudo, abre o jogo, se revela por inteiro, dá nome e sobrenome aos bois, escancara os seus altos e baixos, fala sem economias e sem papas na língua. A frase: “Minha vida é um livro aberto”, se encaixa perfeitamente. Difícil encontrar melhor definição.

Rita criança, Rita com os Mutantes, Rita em carreira solo, Rita e seus pouquíssimos amigos, Rita e suas inúmeras encrencas, Rita e muitas fotos, Rita e várias letras de músicas, Rita e as inspirações para as composições, Rita no papel de mãe, Rita sendo Rita em alta voltagem.

Eu, que nasci carregando o romantismo a tiracolo, me joguei nos capítulos em que ela descreve o amor R&R – Rita e Roberto. Que par! Que sintonia! Que volúpia! Que química! Haja banheiras de espumas.

Vale a leitura e vale vibrar com a capacidade que ela tem de não estar nem aí para opiniões alheias, de não se encaixar em padrões e de não atender às convenções impostas pela sociedade.

No livro, ela conta sobre o convite que recebeu para posar nua em uma revista masculina. Para a tal publicação, ela não tirou a roupa. Em compensação, na sua autobiografia, Rita Lee nos presenteia com o melhor striptease que há. A nudez é da alma.Kátia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *