Preços da gasolina em postos da Petrobrás do Paraguai são 40% menores que no Brasil

PostoNa próxima semana, completa-se um ano da publicação de uma reportagem do Petronotícias sobre a diferença gritante entre preços da gasolina do Brasil e Bolívia. Passado todo este tempo, a afirmação feita no início daquela reportagem ainda é válida: “Tem coisas que são muito difíceis de entender”.

Em dias em que vemos a Petrobrás fazer reajustes quase que diários no combustível, provocando um verdadeiro salseiro na vida do consumidor, a mesma gasolina é vendida a um valor bem abaixo em postos da estatal no Paraguai. A diferença é tão grande que esta semana viralizou nas redes sociais um vídeo de um brasileiro que ficou espantado ao saber do preço do produto ao abastecer num posto Petrobrás, na cidade paraguaia Salto del Guairá.

Vamos primeiro falar de números. Na última semana, de acordo com dados oficiais da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio em 5.756 postos brasileiros chegou a R$ 4,221. Isso representa um aumento de 0,5% na comparação com a semana anterior. Em alguns casos, a ANP verificou o preço máximo de R$ 5,15 por litro em postos nacionais. Enquanto isso, no vizinho Paraguai, o preço médio da gasolina, segundo levantamento do site GlobalPetrolPrices é de R$ 3,43. Em postos da BR Distribuidora, o preço ainda é menor. Vários registros feitos por brasileiros em redes sociais mostram pontos de abastecimento paraguaios vendendo o combustível entre R$ 2,50 e R$ 2,62 – um valor cerca de 40% menor na comparação com nosso País.

De acordo com a Petrobrás, o preço do combustível no Brasil é composto com 45% de tributos, como mostra o gráfico abaixo. Sendo assim, tirando os impostos, o custo da gasolina ao consumidor seria de cerca de R$ 2,32 – em linha com os valores verificados nos postos da BR no Paraguai. No preço que o consumidor paga no posto pela gasolina C, além dos tributos e da parcela da Petrobras, também estão incluídos o encargos do Etanol Anidro (fixado livremente pelos seus produtores) e o custos e margens de comercialização das distribuidoras e dos postos revendedores.

A situação parece longe de uma solução. E quem sofre é o consumidor brasileiro. Nesta terça-feira (6), a Petrobrás colocou em prática um novo reajuste de 0,5% na gasolina e de 0,6% no diesel comercializados para as distribuidoras. É o terceiro aumento só em fevereiro, mês que acabou de começar. O presidente da estatal, no entanto, defende a empresa. Alegou nesta segunda-feira (5), em Brasília, que a petroleira não é responsável pelas seguidas altas no preço da gasolina verificadas no país. Segundo o executivo, “o preço que a Petrobrás cobra na refinaria é em média um terço do preço cobrado do consumidor, então o problema certamente não está no um terço”.

Seja lá como for, o peso no bolso do brasileiro está cada vez maior, independente de quem seja a responsabilidade. Na última semana, o preço médio da gasolina chegou à 14ª alta consecutiva. E enquanto isso, não há nenhum sinal de mudança em relação ao excesso de tributos e da burocracia nacional. E quem paga a conta, como sempre, é o povo.

Procurada pelo Petronotícias para comentar a reportagem, a Petrobrás emitiu a seguinte nota:

“A Petrobras esclarece que não cabe qualquer comparação entre o preço dos derivados comercializados no exterior e no Brasil.

Uma primeira diferença diz respeito à tributação: a lei brasileira estabelece que as vendas ao exterior devem ser feitas sem tributação. Nas vendas para o mercado doméstico, incidem tributos como o ICMS, CIDE e PIS/COFINS. Destaca-se que a estrutura tributária varia consideravelmente entre os diversos países.

Um outro fator que influencia os preços internos é a adição de etanol à gasolina e de biodiesel ao diesel, mandatória no Brasil, mas que não se verifica nas exportações para nenhum outro país.

Por fim, há que se considerar a estrutura de custos e de margens das companhias distribuidoras e dos postos revendedores, que podem variar consideravelmente entre os diversos países.”

Fonte: http://opropulsormaritimo.info/economia/precos-da-gasolina-em-postos-da-petrobras-do-paraguai-sao-40-menores-que-no-brasil/

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