UFPR aprova modificações em vestibular e Sisu. Veja quais são

1529955132-5b3143a9dc760_federalEm uma sequência de deliberações no dia 22, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) aprovou novas resoluções que atingem pontualmente os processos seletivos para a graduação da UFPR — vestibular e Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Uma dessas alterações diz respeito ao número de vagas oferecidas pelos cursos de Engenharia Elétrica (Curitiba), Ciências Biológicas e a licenciatura em Ciências Exatas, ambos em Palotina. Também foi aprovada a possibilidade de a universidade aderir ao segundo SiSU, realizado no meio do ano, para preencher vagas remanescentes.

O curso de Engenharia Elétrica (Curitiba) passa a oferecer um total de 150 vagas (soma de vestibular e SiSU), em vez de 148, também com nova distribuição de vagas entre os turnos diurno e noturno. No caso do turno diurno, em que há o ingresso de uma turma por semestre, o número de vagas por semestre passa de 44 para 50. Já o curso noturno, com ingresso no primeiro semestre, oferecerá 50 vagas em vez de 60.

Professor Ricardo Fernandez Perez (à frente) foi relator dos pedidos de alterações de vagas de cursos para o Vestibular 2018/2019. Foto: Nicolle Schumacher/Sucom-UFPR

A proposta foi enviada pela coordenação do curso, que justificou o pedido citando dificuldades em modular aulas práticas — pela disponibilidade de laboratórios –, e em distribuir os alunos em dependência nas salas de aula.

Outra intenção, segundo o parecerista da proposta, conselheiro Ricardo Fernando Perez, era de “acompanhar a tendência de maior procura para o turno diurno”. O parecer foi favorável e, a aprovação, unânime.

SiSU

O Cepe aprovou, ainda, a proposição de a UFPR participar do segundo SiSU, que é realizado pelo Ministério da Educação em meados do ano (neste ano, o período de inscrições foi entre 12 e 15 de junho). A proposta altera a Resolução n.º 19/17, do Cepe, que passa a prever a possibilidade de a instituição aderir ao segundo SiSU no caso de persistência de vagas remanescentes, esgotadas as chamadas nos outros processo seletivos.

Segundo o parecerista da proposta, professor Adilar Antonio Cigolini, ao se manifestar favorável ao pedido da coordenação do curso de Ciências Exatas de Palotina, a alteração vai ao encontro do esforço da universidade em preencher vagas ociosas.

Setor Litoral

Uma mudança aprovada pelo Cepe diz respeito ao bacharelado em Gestão Ambiental, criado em 2014 no Setor Litoral. Com autorização do conselho, o curso mudará de nome, para bacharelado em Ciências Ambientais. Como o processo também precisa ser submetido à plenária do Conselho Universitário (Coun), foi aprovada  no Cepe decisão ad referendum, que deverá ser aprovada na próxima reunião do Coun, ainda sem data.

De acordo com o coordenador do curso de Gestão Ambiental, Paulo Henrique Marques, a intenção da mudança é abraçar um formato mais interdisciplinar para o curso, que contará com disciplinas de outros cursos do Setor Litoral. “A ideia é estabelecer uma trajetória formativa que apresenta um certa inovação, é uma experiência nova que vamos visualizar dentro da universidade quanto à interdisciplinaridade”, disse.

Além disso, o Setor Litoral terá aumento no número total de vagas ofertadas nos seus cursos (de 465 para 470). Os cursos de Administração Pública, Ciências Ambientais, Saúde Coletiva e Educação do Campo oferecerão 40 vagas cada. Por sua vez, terão 35 vagas cada as licenciaturas em Ciências, Educação Física, Geografia; os bacharelados em Gestão e Empreendedorismo e Serviço Social; e de tecnologia em Agroecologia, Gestão de Turismo e Gestão Imobiliária. Já o curso de licenciatura em Artes contará com 30 vagas.

Também foi determinado que o curso de licenciatura em Linguagem e Comunicação não contará com abertura de vagas em 2019. A decisão é transitória, portanto válida apenas para os Vestibular 2018/2019 e para o SiSU 2019.

Palotina

Os cursos de Ciências Biológicas e a licenciatura em Ciências Exatas, oferecidos no Setor Palotina, tiveram aprovados os pedidos de redução no número total de vagas e na época de ingresso — de semestral para anual.

O curso de Ciências Biológicas passará a oferecer 60 vagas em vez de 80. Já o curso de Ciências Exatas terá 100 vagas (eram 120). Foi aprovada ainda a mudança do turno do curso, que deixará de ser vespertino para ser noturno. As propostas em questão também partiram das coordenações dos cursos, que pretendem investir no aumento de disciplinas optativas, além de adequar o quantitativo de vagas à demanda.

Também a licenciatura em Computação, do Setor de Jandaia do Sul, mudará de turno. O curso passará a ser vespertino em vez de matutino.

Em todos os casos de mudança de turno, as coordenações dos cursos se dispuseram a fazer ajustes para não prejudicar os alunos já matriculados, como implementar as mudanças nas aulas apenas a partir das turmas de 2019.

Música

Acatando parecer do relator de vista Rafael Stefanichen Ferronato, que coaduna com o parecer anterior, do professor Altair Pivovar, o bacharelado em Música não poderá restringir a participação de candidatos com deficiência na prova específica do vestibular. Pivovar apresentou seu parecer na reunião do Cepe em abril, quando defendeu a necessidade de o curso “contemplar novas maneiras de percepção [da música]” para atender às leis de inclusão.

“Não podemos correr o risco de restringir o contato com a música a um único protocolo”, escreveu. “Há pesquisas nessa área – cito de passagem uma parceria da UFPR com a Tuiuti, para desenvolvimento de um protocolo de avaliação da percepção timbrística em implantados cocleares, cujo processamento sonoro é diferente. Essas pesquisas vão descortinando novos modos de ser e estar no mundo”.

O debate sobre o tema ocorria desde 2017, quando a coordenação do curso pediu alterações na prova específica — composta de prova escrita e leitura de partitura –, para deixá-la mais competitiva, e se manifestou impossibilitada de atender a candidatos surdos ou totalmente cegos. Isso criou um impasse quanto à expectativa de que o curso cumpra a reserva de cotas para pessoas com deficiência. Pelo menos uma entidade de apoio a pessoas com deficiência, o grupo Convivas, se manifestou de forma contundente contra a sugestão.

Professor do Departamento de Música, Ferronato salientou, na leitura do seu parecer, que o colegiado reviu seu posicionamento em reunião no dia 17 de maio, retirando o pedido de restrição de ofertas de cotas para pessoas com deficiência visual e auditiva. Ele afirmou que o departamento incluiu a discussão na reforma curricular do curso, de forma a contemplar outras formas de percepção musical, como fazem as principais escolas de música do mundo, entre elas a Royal Academy of Music.

Assim, para incluir os candidatos já neste vestibular, Ferronato sugeriu uma parceria entre o departamento e o Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais (Napne). “Uma análise das necessidades do aluno, bem como uma cuidadosa identificação das necessidades de adaptação da estrutura material do curso de música devem ser realizadas”.

Matemática Industrial

Ainda sobre alterações em processos seletivos, a coordenação do curso de bacharelado em Matemática Industrial teve acatada no Cepe sua proposta de exclusão do curso do Processo Seletivo Estendido (PSE). O PSE é um vestibular diferenciado, com uma terceira fase, para ingresso de alunos de Matemática (licenciatura e bacharelado) e Estatística.

Assim, o curso de Matemática Industrial terá como formas de ingresso o vestibular (com prova específica na segunda fase) e o SiSU.

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