Estado estabelece protocolo para resgate de animais encalhados

As ações para a recuperação dos animais sobreviventes, bem como para o destino adequado para aqueles que morrem são urgentes, principalmente pelas questões sanitárias decorrentes.

O Governo do Paraná estabeleceu diretrizes e procedimentos referentes ao atendimento de animais marinhos que encalham no Litoral. O protocolo é resultado de uma resolução conjunta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Instituto Ambiental do Paraná e IBAMA, definida na última quinta-feira (29).

O documento estabelece com clareza as atribuições de cada instituição, de acordo com as competências e capacidade de cada uma, tendo em vista a ocorrência de encalhe de diversas espécies da fauna marinha (mamíferos, aves e tartarugas) observada no litoral paranaense todos os anos.

As ações para a recuperação dos animais sobreviventes, bem como para o destino adequado para aqueles que morrem são urgentes, principalmente pelas questões sanitárias decorrentes.

Segundo o secretário do Meio Ambiente, Antonio Carlos Bonetti, desde 2015 os órgãos ambientais vem discutindo os procedimentos para estabelecer um marco na gestão da fauna encalhada no Estado, após solicitação do Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

“O produto de todo o esforço dispendido foi a criação do Protocolo de Atendimento a Encalhes de Animais Marinhos no Litoral do Paraná – PRAE, documento formalizado com a Resolução Conjunta Nº008, assinada em 31 de outubro”, disse Bonetti.

Segundo ele, o atendimento a encalhes de animais já era realizado, mas de forma desordenada e independente por diversas instituições. “A padronização de procedimentos era necessária para otimizar as ações”, explica o secretário.

MONITORAMENTO – Desde 2015 o CEM desenvolve o Programa de Monitoramento de Praias (PMP), iniciativa que já registrou mais de nove mil animais marinhos encalhados, vivos ou mortos, no Litoral do Paraná. O trabalho é feito diariamente em todas as praias de Guaratuba, Matinhos e Ponta do Paraná, além das ilhas do Mel, das Peças e de Superagui.

“A integração de procedimentos garantirá que os animais cheguem rapidamente aos cuidados de biólogos e veterinários e também vai significar transparência para a sociedade”, explica a coordenadora do PMP, Camila Domit.

“Cada instituição tem um grau de responsabilidade quando o assunto é encalhe de animais, com o protocolo temos detalhadas as diretrizes para um melhor atendimento”, disse a coordenadora de Biodiversidade da secretaria, Sueli Ota.

ENCALHE – Considera-se encalhe qualquer animal morto à deriva ou em zona praial, assim como animais vivos debilitados, machucados, emalhados em redes ou outros petrechos de pesca, em risco e/ou impossibilitados de retornar por conta-própria ao seu ambiente natural.

Para o Superintendente do Ibama no Paraná, Júlio César Gonchorosky, todo o trabalho dos técnicos envolvidos no processo foi recompensado com a assinatura da resolução. “É gratificante poder participar do desenvolvimento de projetos que saem do papel e passam a contribuir a sociedade e o meio ambiente”, destacou Júlio.

A audiência para definição dos procedimentos contou com a participaram da diretora de Avaliação de Impacto Ambiental e Licenciamentos Especiais, Edilaine Vieira da Silva; da bióloga Fernanda Braga (CBIO-SEMA); Eunice Souza, do Ibama; Letícia Koproski, representando o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná; e Carlos Eduardo Bels, do Centro de Estudo do Mar.

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