Crônica do Dia: A cidade é a extensão da casa

Por: Kátia Muniz

Li em algum lugar que “a cidade é a extensão da casa”.

Faz sentido. Seguindo a mesma linha de raciocínio, podemos dizer que a maneira como nos vestimos revela um pouco do que somos. Assim como a mobília do nosso lar também conta a nossa história.

Portanto, se cuidamos bem de tudo que compõe a nossa casa, há uma enorme chance de conseguirmos exteriorizar esse cuidado para todo o mobiliário que existe em uma cidade.

Que mobiliário urbano é esse? Postes, praças, calçadas, ruas, avenidas, lixeiras, placas de sinalização, escolas, hospitais, igrejas, pontos de ônibus e, caro leitor, fique à vontade para completar a lista.

A residência pode ser simples, em termos de conforto e bens materiais, mas enxerga-se de longe o cuidado e o capricho que lhe são dispensados. Incluindo aí, moradores que dominam a arte do bem-receber, completa-se o pacote.

Cidades também são assim. É preciso que todos, eu disse TODOS, que nela habitam tenham a consciência do coletivo e da necessidade de respeito pelos espaços que cabem a cada cidadão.

Cidades sujas e malcuidadas não atraem visitantes. Os olhos buscam beleza. E não é preciso suntuosidade para destacá-la. Um jardim bem conservado e florido é sempre um convite aberto à visitação.

Algumas cidades destacam-se por suas belezas naturais, que por si sós não se sustentam, caso o turista, para chegar ao deleite de uma paisagem, tenha que enfrentar a maratona de chutar dez garrafas pets, desviar do cocô do cachorro, virar o pé em calçadas esburacadas ao longo do caminho.

Também não adianta construir áreas de lazer sem dar a devida manutenção.  Aliás, tudo nessa vida precisa de manutenção.

Patrimônios históricos requerem conservação redobrada. Lição básica para qualquer cidade que queira explorar o turismo, pois são eles, muitas vezes, os chamarizes.

 

Quem visita uma cidade busca aconchego,busca novidade, busca o belo, busca algo diferente, busca limpeza, busca informações. São pessoas dispostas a gastar, a desfrutar de bons momentos, a fugir da rotina, a levar na lembrança boas recordações e o desejo de, em uma breve oportunidade, voltar.

 

Mas esse retorno depende muito da imagem que se leva, pois, assim como nas casas, as cidades também costumam revelar quem nelas habitam e administram.

 

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