Evento reuniu a nata do triathlon brasileiro e mundial e Sérgio Renato Diniz garantiu sua passagem para o mundial nos Estados Unidos
Florianópolis mais uma vez reuniu a nata do triathlon brasileiro e mundial para a 17ª edição do Ironman Floripa 2017, no último dia 28. E, neste ano, teve quebra de recorde mundial na franquia Ironman do triatleta Timothy Philip, ou Tim Don: 7h40min23 foi o tempo do britânico para completar os 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42,2 km de corrida.
A prova contou com a participação de dois atletas de Paranaguá: Sérgio Renato Diniz e André Carlos dos Santos.
Em seu perfil na rede social, Sérgio Diniz, lembrou que são 30 anos de dedicação e muitos anos pensando em parar por falta de apoio e sem recursos para participar de um esporte tão caro até hoje.
“Para você ter uma ideia, fui com roupa de borracha emprestada, roda da bike emprestada e tênis gasto e quase emprestei um tênis do meu aluno. Fiquei chorando muito depois da prova, pois vi que só não fui mais longe por falta de apoio. Mas Deus sabe das coisas, se eu tivesse me profissionalizado talvez não teria todos esses alunos e amigos que Deus me deu, por isso sou muito feliz por Deus ter me dado esse talento”.
Sérgio Diniz conseguiu a classificação e sua vaga para participar do Campeonato Ironman que será realizado no Havaí, conhecido também como o olimpo dos triatletas.
Concorrendo com outros 400 atletas na sua categoria, Sérgio Diniz, terminou a prova em 9 horas e 20 minutos. Eram 2.500 atletas, de 40 países, para disputar 75 vagas, sendo que 12 vagas eram só na categoria de Sérginho, de 40 a 44 anos.
Esta foi a décima vez que ele participou de um ironman. Ele conseguiu uma licença de um dos seus empregos para treinar, pois ele só corre com o seu personal Lucas e pedala quando é possível.
Para a reportagem do DC, ele confirmou que empregou a roupa de borracha dos seus alunos Sílvio Gori e Manoel Pires, a roda da bike foi emprestada por Milton José da Silva e a inscrição foi paga pela aluna Deise, da pastelaria kubo.
“Como eu sempre falei o difícil não é classificar e sim pagar. Mas foi dada a largada, e esqueci das dificuldades e vamos fazer a prova por amor, saí da água muito bem 57’ minutos e partir para bike com chuva, foi aí que começou a batalha, pois desde de criança que fiz cirurgia e tenho problema de bexiga, com isso comecei a urinar por muitas vezes e depois a ter dores muito fortea no estômago, mas tomei um medicamento e melhorou, terminei os últimos quilômetros de bike – 180km- em 4h54’ daquele jeito apaga ou não apaga, daí vem aquele eterno pensamento ‘esse será o último’. Vou terminar nem que seja andando”, conta o triatleta.
“Entrei na transição bem tranquilo. Aí saí para correr sempre pensando vou encontrar minha esposa e meu filho e vou avisar que vou demorar para terminar, mais foi daí que a situação mudou da água para o vinho, iniciei uma fantástica corrida que só Deus explica e só preocupado para não desmaiar, pois estava só no gel, gatorade, coca-cola e água. Mas deu tudo certo. Corrida de 42km em 3h16’ minutos. E um grande detalhe dessa prova, que há algumas semanas fui ver que tempo teria que fazer para pegar a vaga, e uma parte de mim falava: vou ter que fazer o meu melhor tempo, mas como pode eu com 43 anos fazer um tempo de quando tinha 27 anos e sem treinar?. Mas deu, e quase bati meu recorde que era de 9h18”, conta.
“Mas Deus sabe de todas as coisas. Hoje tenho alunos maravilhosos (família Diniz Treinamentos Diniz Treinamentos) alunos amáveis nas escolas em que dou aula de educação física. Por outro lado, em meio a tudo em que vivemos, necessitamos de homens de honra, homens que possam ser seguido e exemplo para as próximas gerações que viram e para atual geração em que vivemos. Por isso vai o meu grande agradecimento a Pastelaria Kubo (tudo inicia pela Deise, se tenho uma confirmação dela tenho coragem para ir atrás de mais apoio) 42k (meu grande amigo Gerardo Celli Kubler), Boa forma (Josué Justino Rosário Costa), Clube Seleto, Academia Aquatikus (Cristina Kersten), Dra Adriana Grosse (psicóloga que não tem medido esforços para me ajudar, a tirar da parte negativa algo positivo) e ao Dr Cleber Amarante que desde de 2008 me ajuda em minha alimentação”, completou.
E agora começa outra batalha para correr atrás de apoio. “Quem quiser ajudar, estou recebendo qualquer apoio e como sempre falo, o importante não é o que se dá e sim como você dá. Se for de todo o coração, estamos juntos pois em Jesus somos mais que vencedores”, reforçou.
Havaí
Mais de 200 mil competidores disputam as 12 etapas do Ironman no ano, só dois mil conseguem vaga para o Campeonato Mundial em Kona, no Havaí.
É a elite da elite, enfrentando as condições mais adversas. Quase 4km de natação em mar quente e mexido, quase 200km de pedalas no meio do deserto, em estrada íngreme, com vento forte e constante, e uma maratona sob sol forte.