Força Sindical assume presidência do Fórum Sindical dos Brics

Sindicalista de Paranaguá, Mário Teixeira participou do encontro. Confira o pronunciamento completo do sindicalista, encaminhado para o Blog da Luciane pelo ex-presidente do Sindicato dos Conferentes, Carlos Tortato

O 1º secretário da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite (Serginho), representante da Central no encontro, em Joanesburgo, parabenizou as Centrais Sindicais Sul Africanas pelo trabalho realizado ao longo do último ano.

O sindicalista falou com entusiasmo sobre a realização, em 2019, do Fórum Sindical do Brics, no Brasil. “Iremos receber os companheiros e companheiras da Rússia, China, Índia e África do Sul em nosso pais e daremos continuidade na defesa do documento aprovado por esse Fórum que será entregue aos Ministros do Trabalho, no encontro em Durban”, entre os dias 30 de julho e 3 de agosto”, disse Sérginho, que reforçou a luta “por um Brics inclusivo, com emprego e desenvolvimento sustentável”.

O sindicalista Mário Teixeira participou do evento. Confira o pronunciamento de um dos representantes sindicais mais conhecidos de Paranaguá.

“Primeiramente, em nome da CTB-Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, cumprimentamos e agradecemos aos nossos  companheiros (as) da FEDUSA, do COSATU e do NACTU /// pela acolhida e a organização deste importante encontro do Fórum Sindical dos BRICS aqui em Durban, na África do Sul /// terra do nosso saudoso amigo e companheiro, NELSON MANDELA /// sempre presente em nossa memória.

Também saudamos a todos os companheiros (as) representantes das delegações das Entidades Sindicais dos países BRICS

Saudamos ainda as autoridades e os representantes institucionais aqui presentes .

Companheiros,

Reiteradamente  a CTB vem afirmado em seu entendimento que o processo de globalização gera, cada vez mais, interdependência e consequentemente    mudanças significativas nas relações nos próprios Estados e nas Empresas. O resultado disso acaba trazendo consequências drásticas, na maioria dos casos, no mundo do trabalha, como também na sociedade, globalmente.  

A desigualdade na distribuição de renda, a crescente pobreza com o desemprego, a informalidade e o ataque aos direitos dos trabalhadores (as) têm levado à exclusão social como principais e inaceitáveis consequências.

No Brasil, atualmente, vive-se uma crise política, econômica e social impar. Instituições especializadas, como o DIEESE, IBGE, apontam um crescimento econômico abaixo de 2%  em 2018 com perspectivas desanimadoras para os próximos anos. Tudo isso vem sendo agravado com uma nova Lei Trabalhista que veio tirar direito dos trabalhadores (as). Com isso, hoje já se verifica o aumento do desemprego (acima de 12% – mais de 13 milhões de desempregados). 50 milhões de pessoas já foram jogando na informalidade. Gerou-se uma grande e grave crise de insegurança jurídica no país.

Houve sobretudo em flagrante  desrespeito as normas internacionais da OIT, dentre elas a Convenção 98 que trata da Organização Sindical e a Negociação Coletiva.

E mais: tais reformas foram discutidas e aprovadas por um Governo e uma maioria de parlamentares envolvidos no maior escândalo de corrupção da história do país.

Foram preteridos todos os mecanismos de consulta dialogo social e o tripartismo estabelecidos pelas Normas Internacionais da OIT.

Mesmo assim,  a CTB e as centrais sindicais brasileiras continuam resistindo e comprometidas com o fortalecimento da unidade de ação sindical e da cooperação mutua na luta pelo emprego, o trabalho decente e principalmente pela reconquista dos direitos trabalhistas suprimidos e a ampliação dos direitos sociais e da sociedade em geral.

O PAPEL DOS BRICS, O FUTURO DO TRABALHO E AS PRIORIDADES DO FORUM SINDICAL DOS BRICS.

A CTB defende uma nova ordem democrática sem o hegemonismo das grandes potências. Mas orientado por um efetivo multilateralismo sem guerras e onde os conflitos e os choques de interesses entre nações sejam resolvidos pacificamente, pela via do diálogo e sem intervenções militares das grandes potências.

Vejam-se que atual ordem remanescente dos Acordos de Bretton Woods (1944), tem o caráter imperialista. É o oposto disto tudo: fomenta as guerras, a concorrência predatória, assim como a destruição da natureza e do meio ambiente. Referida ordem tem que ser superada e substituída com urgência histórica.

O Brics pode ser um caminho para realizar este objetivo desde que os representantes da classe trabalhadora e suas opiniões tenham espaço, assento e repercussão na elaboração e promoção do seu objetivo.

Destacamos e aclamamos, ainda, a importância de as entidades sindicais continuarem trabalhando, junto aos governos dos seus países, para que o Fórum Sindical dos BRICS participe plenamente, com  os mesmos direitos do setor empresarial e dos Governos, nos diversos grupos de trabalho dos BRICS, incluindo o Banco de Desenvolvimento dos BRICS, de forma que a dimensão social, o dialogo social e a participação dos trabalhadores (as) nos BRICS sejam efetivamente garantidos.

Por isso mesmo, apoiamos o conteúdo da nossa declaração conjunta, do Fórum dos BRICS Sindical 2018,  que será apresentada aos Ministros de Trabalho durante o encontro Ministerial BRICS aqui em Durban, África do Sul.

A TODOS (AS) OS PARTICIPANTES, A FEDUSA / COSATU E NACTU,  E AO POVO DA AFRICA DO SUL, O ABRAÇO FRATERNO E SOLIDÁRIO EM NOME CTB-CENTRAL DOS TRABALHADORAS DO BRASIL.

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