Por: Kátia Muniz cronicaskatia@live.com
Quando vai chegando outubro e novembro, a preocupação para muitos é se livrar dos quilos extras adquiridos nas fartas mesas dos meses mais frios do ano.
Vale tudo. Dieta líquida, da maçã, do limão, do vinagre, da proteína, dos shakes e qualquer outra do momento, aliada ao ingresso na academia.
Há ainda alguns dias pela frente para que o milagre aconteça. Nove meses comendo tudo que se vê pela frente e três correndo atrás do prejuízo.
A ordem é ter pernas torneadas, bumbum durinho, barriga tanquinho, músculo do tchau firme, coxas trabalhadas. E para isso, uma multidão começa a suar a camisa, a levantar muito peso, a fazer inúmeros agachamentos e intermináveis abdominais. Canso só de pensar.
A preocupação geralmente se concentra na parte externa, no físico, no que vai ser mostrado nessa época do ano em que as roupas são menos e as mostras do corpo são mais.
É preciso estar leve. Ouvi essa frase de alguém esses dias.
Verdade. Mas não só por fora, por dentro a leveza também é essencial.
Queimar rancores, mágoas e frustrações exige muito mais que pares de halteres. As sessões são de entrega interna. É para dentro que se deve olhar. É no íntimo de cada um que essa gordura maléfica costuma se acumular e promover excessos.
Tem gente carregando pesos enormes. Eu disse carregando e não levantando. Existem pessoas pesadas, vinculadas a uma série de sentimentos negativos que as fazem conviver com dias cada vez mais nublados.
Não há sol para elas. Acordam indispostas e assim perduram. Tudo é penoso, tudo é complicado, tudo é exaustivo. Carregam contêineres de aborrecimentos.
Nina, minha amiga, está longe de ser uma sílfide. Faz suas caminhadas, se cuida, mas geneticamente não representa o padrão de beleza estético que a sociedade vai impondo. Ainda bem.
Há o sorriso que é a sua marca registrada e para isso não faz uso só da boca. Nina sorri com os olhos, com as sobrancelhas, com os cílios, com o nariz, com as bochechas, com as covinhas que se formam, ela sorri com o rosto todo. Costuma espalhar alegria por onde passa, conversa com quem conhece e com quem não conhece. Tem lá seus problemas, que sabiamente joga no quarto dos fundos da sua alma. Deve ir lá de vez em quando promover uma faxina. Nina é leve por dentro, e claro, como não poderia deixar de ser leve por fora.
Livrar-se do que nos pesa e incomoda deveria ser um exercício diário. Nossa academia, nossas repetições de séries e tendo a nós mesmos como personal trainer.
Vou confessar: minha amiga não se chama Nina. Foi só um jeito que encontrei para homenagear a ela e a todas as pessoas leves.
Se perder peso é a ordem do dia, que a queima se inicie por dentro. Porque alma leve também é sinônimo de corpo sarado.
Adorei Katia nao sei como posso ficar tanto tempo sem ler o que voce escreve!!!rsrs…,pois parece que escreve para mim?!!! Quem é NINA? gostaria de pedir alguns conselhos para ela!!! Nem sem por onde começar a faxina, mas concerteza quero estar mais leve nos próximos anos….cansei de carregar peso!Mari