Mais um fato no caso dos pescadores que pedem na Justiça uma indenização da Petrobrás por causa de dois acidentes ambientais em 2001 aconteceu na semana passada, com a vinda do advogado Elias Assad à Paranaguá. Em entrevista à TVCi, instituições e até nomes de envolvidos foram divulgados no esquema.
A vinda do advogado teria sido provocada por uma série de denúncias feitas após uma reunião em Curitiba. Estas denúncias estariam envolvendo outras pessoas no caso dos pescadores como pessoas ligadas à Federação de Pescadores Z-1 de Paranaguá, do Fórum e até da unidade da Petrobrás no município.
Uma verdadeira bomba quando a situação parecia que ia começar a se acalmar. Especialmente, depois do que aconteceu em junho, quando dois advogados foram presos. De acordo com as investigações e informações divulgadas pela polícia, os advogados integravam um esquema que assediava e lesava pescadores em Paranaguá, Antonina,Morretes, Pontal do Paraná e Guaraqueçaba.
Os defensores prometiam às vítimas que aumentariam o valor das indenizações e agilizariam os pagamentos, mas acabavam ficando com o dinheiro delas.
Em abril deste ano, uma série de reportagens do jornal Gazeta do Povo revelou que pelo menos 18 pescadores caíram no golpe.
Após a denúncia, mais de 50 pessoas procuraram a polícia para fazer novas queixas.
Com isso, o MP iniciou uma investigação contra advogados de dois escritórios
do Litoral paranaense.
Os incidentes que deram origem aos processos dos pescadores contra a Petrobrás são os rompimentos do Poliduto Olapa, em fevereiro de 2001, e do casco do navio Norma, em outubro. No primeiro caso, o óleo combustível que seria transportado do Porto
de Paranaguá até a Repar, em Araucária, vazou e contaminou a água. No segundo,
provocado pelo choque da embarcação contra uma pedra na baía de Paranaguá,
o derramamento foi de uma carga de quase 400 mil litros de nafta. O produto é
derivado do petróleo e altamente inflamável. Como resultado, as famílias da região
ficaram vários meses impedidas de pescar nos rios e baías de Antonina e
Paranaguá até a foz do rio Nhundiaquara e Ilha do Teixeira.