Crônica da Kátia Muniz

kátia-muniz2Festa de criança
Por: Kátia Muniz

Começam a chegar os convites para as festas de aniversário dos amiguinhos e amiguinhas. Oh, que lindo! Mas, como os pimpolhos ainda estão na faixa dos 2, 3 e 4 anos, mamãe vai junto.

Na realidade, mamãe queria estar num SPA, esticada numa espreguiçadeira, lendo uma revista, vendo um filminho. Tudo isso são sonhos que ficaram para trás, desde o exato momento em que você sai da sala de parto. Daqui para frente é só aventura, acostume-se.

Pronto. Você já está na festa, instalada numa roda de mães, que conversam animadíssimas sobre o quê? Vai ganhar um brigadeiro se adivinhar. Sobre filhos, é claro!

Fraldas, chupetas, pomadas, alimentação, desenvolvimento da fala, banho, escolinha, brincadeiras, horário de dormir, avós, creches, primeiros dentinhos, troca dos dentinhos, filminhos e desenhinhos da Peppa Pig. Em cada quesito uma mais PHD do que a outra. Aguente firme.

10404444_563535633779671_3088276617070461555_nMúsica infantil no último volume. Uma piscina de bolinhas, com mais bolinhas fora do que dentro. Uma cama elástica com imagens que fazem as mamães ficarem atônitas. Um salta, um cai, um pula em cima do outro, um enfia o dedo no olho do amiguinho, um chora, um berra, todos gritam, e os anjinhos da guarda pedem demissão, porque não é nada fácil proteger essas crianças do século XXI.

As mamães se entopem com as guloseimas da criançada, porque criança não come em festa de criança. Não dá tempo, elas passam o tempo todo correndo, pulando, suando, perdendo os laçarotes de cabelos e se divertindo.

Hora de cantar parabéns! Os pequenos rodeiam a mesa, todos descabelados, sujos, imprestáveis.

Acendem-se uns palitinhos que mais parecem fogos de artifício. Aquilo forma um clarão e, em caso de emergência, anote aí: bombeiros 193.

O “grand finale” se dá com uma bexiga gigante pendurada no teto. A criançada fica embaixo esperando o grande estouro. Três, dois, um, “Bum”.Voam balas, gomas de mascar, pirulitos, brinquedinhos de plástico. Elas se atropelam, trocam socos e se pisoteiam por causa de três balas.

– Vocês já vão? Espere um pouco que vou buscar as lembrancinhas, diz a mãe-anfitriã.

Lembrancinha? Imagina se precisa. Você vai ficar com a festa retumbando na sua cabeça por um bom tempo.

Chega querida, recolha o que sobrou do seu filho ou filha e volte para o aconchego do seu lar. Recupere-se, porque no outro final de semana tem mais.

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