Paranaguá e Cotriguaçu sofrem efeitos nos embarques de carnes 

Cooperativas do Paraná, que exportam frango e não foram citadas na operação carne fraca, também sentem os efeitos das denúncias. Na região oeste, onde a maior parte da produção é exportada, as cargas estão se acumulando e muitos embarques já foram suspensos

5.1-Imagem 018aaCooperativas do Paraná, que exportam frango e não foram citadas na operação carne fraca, também sentem os efeitos das denúncias. Na região oeste, onde a maior parte da produção é exportada, as cargas estão se acumulando e muitos embarques já foram suspensos.

A cooperativa de Cascavel, no oeste do Paraná, já sente o reflexo da notícia da operação Carne Fraca. A cooperativa abate 136 mil toneladas de frango por ano e 30% do que é produzido no local é exportado. A China é o maior comprador. Vinte e duas mil toneladas são enviadas para lá todos os anos. Há uma semana, o país suspendeu o desembarque da carne brasileira.

Na câmara fria com capacidade para armazenar três mil toneladas de frango, quase não há mais espaço para estocar produto. Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, diz que já diminuiu a produção em 10%. “Como nós não temos novos contratos de exportação e não estamos carregando para alguns países, nós temos as nossas câmaras frias chegando ao limite da capacidade a nossa primeira decisão foi diminuir o abate, retendo o frango no campo. E a segunda decisão vai ser diminuir o alojamento de pintinhos”.

Quatro cooperativas da região oeste do estado possuem um terminal ferroviário. Por semana, cerca de 180 a 200 contêineres saem de lá em direção ao porto de Paranaguá, para a exportação. Depois da notícia da operação Carne Fraca, o movimento caiu pela metade. Os contêineres estão carregados de carne, mas as cooperativas não sabem se enviam o produto. “A gente não sabe se o país de destino vai receber os contêineres. Corre-se o risco de mandar uma mercadoria via navio para o destino e ter que retornar para o Brasil, ou vender para outro destino, que nem sempre vai absorver também. Fica uma incógnita muito grande, uma indecisão do mercado”, explica Edson Vidal, gerente da unidade da Cotriguaçu.

Números

O estado do Paraná foi responsável por 28% das exportações totais de congelados do Brasil ao longo de 2016., sendo que 35% da carne de frango congelada exportada pelo Brasil em 2016 saiu pelo Porto de Paranaguá. No que diz respeito à carne bovina congelada, o Paraná é o terceiro maior exportador do país, com 10% dos volumes totais escoados pelo Brasil. Quanto à carne suína, o Paraná também é o terceiro estado que mais exporta e também é responsável por 10% da movimentação total brasileira.

O porto paranaense responde por um total de 45,1 milhões de toneladas de cargas em 2016. Deste volume, os congelados representaram 1,56 milhão de toneladas.

Em 2017, o Porto de Paranaguá registrou a maior movimentação da história no primeiro bimestre do ano, com 7,69 milhões de toneladas. Deste total, 247 mil toneladas foram de congelados

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