Baleia de mais de sete metros aparece morta em praia de Matinhos

baleia1-825x509Uma baleia apareceu morta nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (2) no balneário de Betaras, em Matinhos, no litoral do Paraná. O animal foi encontrado por moradores que se surpreenderam com o tamanho do mamífero, que tinha cerca oito metros.

Logo após ser encontrado, a área foi isolada e pesquisadores do Centro de Estudos do Mar, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) começaram a fazer a necrópsia no corpo do animal. No entanto, ainda não foi possível determinar a causa da morte.

A baleia é uma fêmea da espécie jubarte, de sete metros de comprimento. O tamanho dela indica que ela ainda era jovem, já que a espécie chega a medir até 16 metros na fase adulta — o equivalente ao tamanho de um ônibus e de um carro juntos. Já uma jubarte filhote mede cerca de 4 metros.

 Encalhes frequentes

De acordo com a Coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) do Centro de Estudos do Mar da UFPR, Camila Domit, este não foi o único encalhe ocorrido esta semana. Além da baleia encontrada em Matinhos, outros dois encalhes aconteceram no norte do Rio Grande do Sul, o que para os pesquisadores é “um alarme, um sinal de alerta”.

“Temos ocorrência de baleias jubartes tantos vivas como mortas há muitos anos no Paraná. Todos os anos temos ocorrência de encalhe da baleias jubarte. Mas o pico da temporada de migração da jubarte normalmente é um pouco mais tarde, em torno de maio, e o fato de nós encontrarmos esses animais já migração da Antártida para o Brasil tão cedo, com estas ocorrências de encalhe concentradas, são sim uma preocupação”, diz Camila.

Possíveis causas da morte

Ainda segundo a coordenadora do LEC da UFPR, a baleia estava estava em estágio de decomposição inicial, o que possibilitará a realização de vários exames. No entanto, a determinar a causa da morte do animal é algo mais complexo.

“Nem sempre a causa da morte é evidente. Ela pode ter tido uma causa de morte aguda ou crônica, mas conseguimos coletar amostras biológicas suficientes para fazer uma série de análises, para ter um indicativo melhor do que aconteceu com este animal. Mas o que eu posso adiantar é que ela não estava com uma boa condição de saúde”, afirmou a pesquisadora.

 Para Camila, uma possibilidade é que o animal possa ter tido interação com alguma atividade humana – como colisão com embarcação, sido vítima de doença ou até mesmo, ter ficado debilitada por conta da exaustão na migração da Antártida para o Brasil.

“Ela não tem marca clara de colisão, mas tem alterações na pele, que a gente vai investigar melhor. Mas pode ser porque a população está muito grande, com maior risco de mais doenças ou falta de alimentos. E esta migração das Ilhas Jersey do Sul, da Antártica, até o Brasil é exaustiva para estes animais, que podem se debilitar e não conseguir mais se recuperar”.

Segundo o Centro de Estudos do Mar,  um laudo patológico com as primeiras análises deve sair em 30 dias. Já a análise microbiológica e genética do animal deve levar mais tempo para ser concluída.

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