Crônica do Dia

kátia-munizBandas covers

 Por: Katia Muniz                                                                  katiacronicas@gmail.com

Nas imediações do teatro, já dava para perceber o alvoroço. Motoristas à caça de uma vaga para estacionar e pessoas, com passos apressados, denunciavam estar atrasadas para o compromisso. Não estavam. Ainda havia tempo, mas a tarefa de driblar a ansiedade não é das mais fáceis.

E qual era o motivo de tanto frenesi?

A apresentação da banda cover “Geminis Tribute to Bee Gees”. Vindos da Argentina para abrir a turnê brasileira em nossa cidade. Que honra! Sí, nuestros hermanos!

Tem muita gente que ainda torce o nariz para as bandas covers.

Preconceito, xô!

Eu, que já vi “Abbey Road Tribute to the Beatles”, “The History – a tribute show to ABBA” e agora o “Geminis”, me excluo totalmente da categoria dos preconceituosos. E pelo que presenciei, no último dia 27/08, também não é o caso das quinhentas pessoas que, empolgadíssimas, lotaram o teatro Municipal Rachel Costa para curtir a homenagem aos irmãos Gibb.

Tenho o maior respeito por esses artistas que se empenham em mostrar algo tão próximo ao original. E essas três bandas resgatam uma época tão marcante e que ainda pulsa forte em nossa memória. Os artistas, geralmente, alcançam timbre de voz parecido com o modelo, caracterizam-se e incorporam os personagens homenageados, o que faz a plateia reviver momentos inesquecíveis. Havendo qualidade no show, não vejo problema algum em se deixar seduzir pelo o que as várias bandas covers têm para nos apresentar.

O tributo aos Bee Gees conseguiu lotar o teatro em plena quarta-feira. Justamente dia do Brasileirão na TV, quando nossos excelentíssimos maridos, noivos e namorados viram-se divididos entre a partida televisiva ou nos acompanhar ao espetáculo. Adivinha quem venceu? Nós, claro.

Estavam lá, casais das mais variadas idades, contemplando músicas atemporais dentro de um espetáculo primoroso, embalados por melodias românticas e dançantes.

E por falar em dançantes, é praticamente uma tortura ouvi-las sem poder dançar. Presos à poltrona, mesmo sem haver cinto de segurança, era possível observar o balançar de cabeças, ombros chacoalhando e pés em movimento. Mostra clara do que a música é capaz de provocar.

Todos se sentiram aliviados quando receberam autorização para levantar e poder, enfim, pôr para fora a energia guardada.

Bandas covers representam nossos artistas prediletos. Que podem ser atuais ou aqueles que fizeram parte de uma época. O fato é que mexem nas recordações, trazem à tona o nosso passado, vasculham lembranças, e fazem a gente sonhar sem precisar fechar os olhos.

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