Crônica do Dia com Katia Muniz

kátia-muniz2A educação chora

“O dia em que a má qualidade do ensino tirar votos, teremos uma mudança verdadeira no país”. Gustavo Ioschpe

Por: Katia Muniz                                                                                 katiacronicas@gmail.com

Falaria sobre a educação e sobre os professores em outubro, por conta do dia em sua homenagem, mas falo agora porque a classe-mãe de todas as profissões pede socorro.

No Paraná, os educadores continuam em greve, reivindicando seus direitos e condições dignas no exercício da profissão.

Aqui, na terra de Fernando Amaro, houve o carteiraço. Um aulão ao ar livre, em frente à sede da Unespar, câmpus Paranaguá, promovido por alunos e professores com o intuito de chamar a atenção para a situação atual do ensino público e da sede da universidade.

Em toda campanha política, seja na esfera federal, na estadual e na municipal, a cena se repete. A educação é sempre citada como prioridade, mas o depois é que são elas.

No quadro atual, a educação no país se põe a chorar.

Derruba lágrimas pelas goteiras expostas nos telhados das escolas, pelas frestas, pelas portas sem fechaduras, pelas carteiras quebradas e riscadas, pelos banheiros sem reparos, pelos bebedouros sem água, pelas quadras sem pinturas, pelas janelas com vidros quebrados, pelas péssimas e vergonhosas condições estruturais de muitas instituições de ensino.

Agoniza pelo descaso, pelo desdém, pela indiferença, pelo abandono, pela negligência, pela falta de um olhar atento de nossos governantes.

A educação lamenta não começar o ano letivo, por não ver seus professores sendo valorizados, por não encontrar melhores condições de trabalho aqueles que se dedicam à tarefa de preparar cidadãos para o futuro.

A classe-mãe forma médicos, psicólogos, advogados, arquitetos, dentistas e, aleluia, ainda consegue formar outros professores, que encaram salas de aula superlotadas e põem em prática o dom que receberam, executando a mais linda das profissões.

A educação segue em prantos por ver tanto desvio de dinheiro, tanta corrupção, tanta indecência enquanto os professores se ajeitam como podem e vão driblando a ineficiência de um país que não os enxerga e não lhes dá a importância devida e merecida.

Sem a educação não somos nada. Sem escola não somos nada. Sem professores não somos nada. Essa tríade elimina a ignorância. Fornece informação para uma vida. Gera formadores de opinião, gente que vem somar, acrescentar e fazer a diferença.

A educação movimenta a sociedade como um todo, é fonte vital para o bom andamento e desenvolvimento de um país. Deixá-la chorar só mostra o despreparo e o descaso que segue tomando conta da nação.

A classe-mãe enfrenta a luta, unida, de mãos dadas. Aguarda esperançosa por soluções para os inúmeros problemas que se arrastam há anos. Espera que as promessas de campanha se materializem e, quem sabe, possam algum dia estender lenços para que a educação enxugue as lágrimas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *