Por: Katia Muniz
Visualize a cena: eram dois casais, na praia. Intercalavam a caminhada com algumas paradas para fazer selfies. Os homens tomavam cerveja em latinha. Último gole dado e os recipientes são descartados, na areia, sem a menor culpa ou cerimônia.
Corta.
Praia é um lugar democrático. Sim, eu sei que essa frase é um clichê. Mas, eles também ajudam a compor a vida.
Na areia da praia mesclam-se: estudantes, empresários, ajudantes de pedreiro, advogados, zeladores, professores, dentistas, arquitetos, médicos, desempregados.
Desfrutando do mesmo espaço, o que vai distingui-los um do outro? Pode retirar o seu brinde, se você pensou em educação.
Ainda é a educação, o respeito ao próximo e o bom senso que regem as regras de convívio social, mas nada disso vincula-se ao saldo bancário.
Você pode ter um carro zero, que custe vários dígitos, estacionado à beira-mar, ou pode ter vindo à praia enfrentando um ônibus entupido de gente, mas, se, ao ir embora, não mover um músculo para retirar o lixo que produziu durante o dia, você comprova com essa atitude a sua pobreza existencial. Porque não se trata somente do lixo deixado para trás, mas da total falta de conscientização ambiental e da ignorância, sem falar da exposição do seu próprio atraso sociocultural.
A educação vale para qualquer ambiente.
Ceder lugar no ônibus para uma pessoa idosa, esperar que todos saiam do elevador para você entrar, recolher o seu próprio lixo depois da sessão de cinema, pedir desculpas se esbarrou em alguém, são alguns exemplos. E é sempre bom lembrar: “por favor” e “obrigado” ainda não saíram de moda.
Na praia: som alto, futebolzinho driblando as cadeiras na areia, passeios de jet ski muito próximos aos banhistas, animais de estimação, são somente algumas atitudes que entregam a sua falta de civilidade.
Entender que, não estamos sozinhos no mundo, já é um começo. E se conscientizar que os seus atos podem interferir na vida do próximo, deveria ser um mantra repetido todo o santo dia, ao acordar.
Ricas são as pessoas que esbanjam educação e comportamentos assertivos, as demais são pobres de marré, marré, marré.