Marcelo Roque receberá Prefeitura devendo R$ 40 milhões

Nova administração vai iniciar trabalho sem combustível para a frota. As informações constam de um relatório de 4 mil páginas apresentadas em entrevista coletiva

3-1-mesaNão ficou pedra sobre pedra na entrevista coletiva que o prefeito diplomado de Paranaguá, Marcelo Roque, deu à imprensa do Litoral na tarde desta quinta-feira (29) para repassar informações sobre o período de transição entre governos.

A equipe que atuou na transição, assim como o vice-prefeito Arnaldo Maranhão também participaram do encontro.

Uma das primeiras notícias foi a falta de alvará de funcionamento de escolas e centros municipais, além da falta de combustível para a frota. “Poderemos iniciar a administração sem combustível porque não há licitação”, informou.

3-1-relatorioAlém destes graves problemas Marcelo Roque falou sobre a saúde financeira da Prefeitura de Paranaguá. Em novembro foi confirmado que a Prefeitura teria em caixa R$ 143 milhões, porém o valor dos restos a pagar será de R$ 106 milhões.

E estes restos a pagar não foram somados a 72 milhões de reais de licitações em execução e mais de 2 milhões de reais para manutenção de semáforos. Em outras palavras, a próxima administração municipal deve assumir a Prefeitura de Paranaguá devendo R$ 40 milhões.

Para fazer frente às demandas existentes e para que obras inacabadas sejam executadas, Marcelo Roque afirmou que pretende buscar parcerias com o Governo do Estado e todas as esferas em nível estadual e federal.

Absurdos

Além da falta de alvará de funcionamento das escolas e da dificuldade que está por vir na falta de combustível, Marcelo Roque ao lado da equipe de transição, confirmou o recebimento de um único projeto por parte da Fundação Municipal de Turismo referente a uma cartilha para divulgar Paranaguá. Porém, havia fotos do patrimônio histórico de Morretes no lugar de fotos de Paranaguá.

Outro absurdo é que a cidade – Berço da Civilização Paranaense- estava prestes a perder muitos recursos previstos em emendas parlamentares para obras como R$ 500 mil para construção de uma Unidade de Saúde no Porto Seguro, mais R$ 100 mil para academias ao ar livre e R$ 250 mil de verbas angariadas pelo deputado Leopoldo Meyer.

“Queremos que Paranaguá saia do caos em que se encontra”, afirmou Marcelo Roque.

A cidade também estava prestes a perder recursos destinados à obra do Mega Rocio, da reforma do Mercado do Café e do Restaurante Escola. “Conseguimos prorrogar o prazo para que estas obras possam ser iniciadas ou finalizadas”, explicou.

Para cumprir prazos, uma equipe técnica será formada pela nova gestão.

Dengue

Um dos primeiros desafios que o prefeito deve assumir a partir de janeiro é a dengue. Quanto aos problemas administrativos, o futuro prefeito informou que já pediu a volta dos carros fumacê em Paranaguá.

“Queremos realizar um trabalho que seja referência no combate à dengue”, reforçou Marcelo Roque.

Segurança e funcionalismo

A mudança de uma guarda municipal mais operacional do que administrativa foi confirmada pelo prefeito Roque. Além disso, ele tratou sobre a folha de pagamento da Prefeitura. Uma folha que custa R$ 18 milhões por mês mostra que o limite com o gasto já ultrapassou o prudencial, estando em 53%.

Para enxugar a máquina administrativa, Marcelo Roque propôs a redução de cargos comissionados e o aumento de função gratificada para funcionários. Sobre o pagamento de responsabilidade técnica e a possibilidade de redução do percentual, o futuro prefeito lembrou que até mandados de segurança foram apresentados e rejeitados porque trata-se de uma questão inconstitucional. “Existe um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre a prefeitura e o Ministério Público”, lembrou.

Roque também comentou sobre o boato de que os salários do prefeito e vice seriam aumentados. “A cada quatro anos, os salários podem ser reajustados, mas não quisemos pois sabemos que passamos por um momento difícil”, completou.

O vice-prefeito, Arnaldo Maranhão, participou das reuniões e acompanhou as apresentações das secretarias durante o período de transição e definiu a atual gestão como “sem comando”. “Como prefeito, uma lástima, promoveu um desgoverno. A prefeitura estava sem comando, todo mundo mandava, mas agora o município voltará a ter prefeito”, disse.

Participaram do encontro Paulo Oliveira, João Mendes, Marcelo Paes e Raul Luck, que formaram parte da equipe de transição e ainda, além da imprensa, os vereadores Thiago Kutz, Fábio Santos, Gilson Marcondes, Alex Alves, Nilo Monteiro e Marquinhos Roque.

 

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