Em Curitiba, o problema é o mesmo e projeto de lei para proibir o trânsito de locomotivas e composições de carga no período entre 22h e 9h foi apresentado
O apito que os maquinistas usam serve para alertar quando os vagões passarão sobre as passagens de nível. O aviso deve servir para pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas e tem o objetivo de evitar acidentes na linha férrea. Mas ele não tem só o lado positivo.
Em Paranaguá, a maior parte das reclamações gira em torno da demora da passagem dos trens, especialmente em horários de pico como 7 horas da manhã, ao meio-dia, 13h e 18h, quando é grande o número de pessoas se deslocando de casa para o trabalho ou vice-versa.
Há relatos de pessoas que esperam por mais de 30 minutos parados enquanto a composição passa.
Mas, nesta semana, outro problema levantado por moradores de Paranaguá foi com relação ao aviso sonoro emitido pela locomotiva. Percebe-se que não há limite de horário para ouvir. Seja durante o dia, ou mesmo de madrugada, o aviso sonoro é bem escutado e incomoda.
Alfredo Silva mora na Vila Horizonte e sente-se incomodado quando, no meio da madrugada escuta o apito que lhe tira o sono frequentemente. “É um abuso”, disse.
Em Curitiba, a Procuradoria Jurídica da Câmara teve projeto de lei apresentado para proibir o trânsito de locomotivas e composições de carga no período compreendido entre às 22h e 9h.
Em Paranaguá, o assunto é tratado na Lei Complementar nº 95, de dezembro de 2008 que dispõe sobre o Código Ambiental que trata, no parágrafo XXIV sobre “incômodo à vizinhança, desconforto ou perturbação do sossego público: emissão de sons, odores ou resíduos produzidos, diretamente ou indiretamente por animal, criatório, máquinas, equipamentos elétricos ou eletrônicos, música ao vivo e qualquer outra espécie de atividade, eventual ou não, dentro da área urbana
De acordo com informações da Câmara de Curitiba, no período noturno o barulho causado pelas composições atinge até 140 decibéis, quando o permitido no horário das 22h às 7h é de 55 decibéis. Isso ocasiona sério transtorno aos moradores dos locais por onde passam.
“Depois que ALL mudou, perderam o RUMO do bom senso em passar de madrugada e apitar exageradamente. É todo santo dia, que tenho que acalmar os filhos com o susto que levam. O comentário do Kael (um dos familiares): “esses maquinistas não tem família? Por que eles fazem isso?”, registrou em rede social Rachel Ribas.
Meire Silva disse que “para quem escuta esporadicamente deve ser legal… mas para quem acorda sobressaltada em altas horas e acorda cedo! Te falo com muita certeza que não tem graça nenhuma”, desabafa.