Tráfego de trens vira queda de braço em Paranaguá

Manifestação popular contra tráfego dos trens em horários de pico se transformou em reunião aberta ao público no dia 21, às 15h, na empresa Rumo

5.1- tremO tráfego de trens em Paranaguá está virando uma queda de braço entre a empresa e a população que ganhou reforço dos vereadores. E esta ‘briga’ não é de hoje. Há muitos anos que a questão é debatida na cidade, mas espera-se que alguma mudança possa ocorrer para evitar, pelo menos, que o tráfego seja menor nos horários de pico que começam pela manhã, seguem no horário do almoço e no final da tarde, que compreendem os horários de saída das pessoas para trabalhar ou para as escolas e a volta para o almoço e na volta do trabalho.

Com o objetivo de chamar a atenção para o problema, a Frente Popular Paranaguá marcou uma manifestação popular para o dia 20. Como uma reunião aconteceu entre representantes da empresa e da Frente Popular, a manifestação foi adiada e uma reunião aberta ao público foi marcada para acontecer no dia 21, às 15h, na sede da empresa.

5.1-acidentePorém, antes da reunião marcada, nas redes sociais, os organizadores lembravam que não houve sucesso nas tratativas anteriores com relação a adequação do tráfego de trens na cidade. “Causam diversos transtornos e colocam em risco a integridade física da população”, concordam os organizadores.

Uma dessas tratativas refere-se à recente reunião entre vereadores e representantes da Empresa Rumo, realizada no dia 6 de outubro. Uma das áreas mais complicadas para o tráfego para motoristas, ciclistas e pedestres fica na passagem de nível da Avenida Roque Vernalha. As constantes manobras de vagões impossibilitam a mobilidade urbana naquela região.

“Contudo, os representantes da empresa afirmaram que inexiste estudos que comprovem a necessidade de uma ação diferenciada na passagem de nível na Roque Vernalha e que a concessionária obedece, fielmente, a legislação federal.  “Não podemos assegurar que o trem deixe de passar no local sugerido em horários determinados”, declarou o relações governamentais da empresa Rumo Marcelo Arthur Fiedler.”, divulgou a assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores.

“A empresa também deseja uma solução que atenda aos interesses de todos, mas sem que haja dados empíricos que comprovem a necessidade de uma intervenção não podemos ir além”, declarou Arthur Fiedler. A empresa se comprometeu a fazer um projeto que apresente a melhor solução para o problema da mobilidade urbana na passagem de nível na avenida Roque Vernalha.

Reivindicações

Enquanto aguarda-se o projeto e propostas, a manifestação popular pretende chamar a atenção para a pauta de reivindicações de dirigentes e representantes da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), da empresa Rumo/ ALL, do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), do Departamento de Estrada e Rodagem (DER), da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e da Prefeitura de Paranaguá.

A manifestação, inicialmente marcada para o dia 20, tratava em especial de algumas medidas que estão sendo reivindicadas. São elas:

– Solicitar uma cancela no trilho da Avenida Santa Rita / Passarela

– Solicitar uma cancela no trilho da Avenida Roque Vernalha / Passarela

– Solicitar uma cancela no trilho do município de Alexandra / Passarela

– Solicitar áreas de abrigo cobertas nos trilhos de; Alexandra / local estação, da Avenida Santa Rita e Avenida Roque Vernalha.

– Solicitar que após às 22h diminua o volume, ou encurtam o apito do trem.

Para apresentar estas reivindicações, a população parnanguara tem se mobilizado nos últimos dias para possíveis manifestações junto aos cruzamentos da Linha Férrea em Paranaguá, com o objetivo de ser ouvida e atendida.

A empresa Rumo, responsável pela Concessão da ferrovia, recebeu alguns representantes da Frente Popular para iniciar um diálogo. O encontro aconteceu na tarde da última segunda-feira, dia 16, na sede da empresa, onde foram apresentadas as reivindicações da população.

Ficou acordado, então, que a empresa realize uma reunião pública, aberta à população que também já tem data marcada para este sábado, dia 21, às 15h, na sede da empresa que fica no bairro do Emboguaçu.

Lei

Para fazer frente ao problema, os vereadores aprovaram o projeto de lei 4.924/2017 do vereador e presidente da Câmara Municipal de Paranaguá, Marcus Antonio Elias Roque.

De acordo com o texto da lei, a empresa concessionária que explora a atividade ferroviária em Paranaguá não poderá ocupar a linha férrea, na área especificada, nos seguintes horários: 06h30 às 07h30, 12h30 às 13h30 e 17h30 às 19h, de segunda-feira a sexta-feira. Na prática, a intenção da lei é favorecer a mobilidade urbana em um determinado trecho da cidade de Paranaguá, onde milhares de pessoas sofrem com as seguidas manobras e passagens da composição de vagões da empresa concessionária Rumo ALL.

Em relação ao projeto de lei da Câmara Municipal de Paranaguá para restringir a circulação de trens, a Concessionária esclarece que cabe somente à União legislar sobre transporte ferroviário, sendo este um serviço que deve ser prestado de forma contínua e ininterrupta. Reforça que suas operações seguem todas as normas vigentes e que procura causar o menor impacto possível à população. Toda ferrovia de carga funciona 24 horas por dia e os horários de circulação dos trens dependem das operações de carregamento e descarregamento, entre outros fatores.

Cancelas, redução do apito do trem e do volume de tráfego fazem parte da pauta de reivindicações. Passam pelos trilhos do trem 500 a 600 vagões por dia

Transporte ferroviário em números

Atendendo às ao pedido de informações do DC, a empresa disse em nota que “primeiramente é importante ressaltar que o transporte ferroviário é mais eficiente, mais seguro e menos poluente que o transporte rodoviário.

O Porto de Paranaguá é a principal rota de exportação do Sul do Brasil, sendo fundamental para a economia brasileira.

Chegam à Paranaguá, por ferrovia, cerca de 30 mil toneladas de produtos por dia. Esses produtos são celulose, grãos, açúcar, fertilizantes, combustível e container. Isso representa em torno de 550 a 600 vagões por dia. Esse volume representa a retirada de aproximadamente 1500 a 1800 caminhões diariamente das estradas.

A empresa ainda reforça que a ferrovia de carga funciona 24 horas por dia e os horários de circulação dos trens dependem das operações de carregamento e descarregamento entre outros fatores.

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