Paranaguá perdeu empresa italiana por falta de terreno

Questões ambientais continuam sendo entraves para desenvolvimento das atividades portuárias. A dragagem, por exemplo, ainda depende de autorização do IBAMA para começar

Porto-ParanaguáParanaguá perdeu a oportunidade de ter instalada uma empresa italiana que faz cintas de aço utilizadas em pontes estaiadas. E perdeu pela falta de terreno.
A informação foi dada pelo deputado estadual, Alceu Maron Filho, durante reunião de diretoria da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap). Em contato com o secretário de Estado de Indústria e Comércio, Ricardo Barros, ele tomou conhecimento da intenção de investimento de uma empresa italiana, justamente, porque o material usado para fazer as cintas, chegariam pelo Porto de Paranaguá e por isso os italianos estavam interessados em instalar uma empresa na cidade.
A reclamação foi a falta de área, pois quem tem área, muitas vezes opta por investimento em estruturas de armazenagem que é mais barato e também é lucrativo.
O grupo italiano esteve no final de maio em Paranaguá avaliando as oportunidades e a viabilidade logística de estabelecer negócios no Estado. Os empresários italianos que visitaram o Porto de Paranaguá são de áreas como infraestrutura, grandes equipamentos, certificação e tecnologia portuária.
Mesmo com a diretoria portuária mostrando o potencial de investimentos, a instalação da empresa também teria esbarrado nas questões ambientais.

Nó do desenvolvimento
Na ocasião, o diretor da Câmara Setorial da Aciap, Juarez Morais e Silva, destacou que as questões ambientais continuam sendo um entrave para o desenvolvimento. Disse que a diferença do Paraná para outros Estados é grande e, prejudicial, para o próprio Porto de Paranaguá.
“O nó do desenvolvimento só tem uma variável e é a ambiental”, resumiu.
Diretores da entidade concordaram que o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) precisa ser fortalecido para que os licenciamentos possam ser acelerados.
Juarez lembrou que a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina divulga que tem 20 projetos e que esses 20 projetos precisarão de licenciamento. Caso o trabalho continue no ritmo atual, a demora na execução de cada projeto será enorme e prejudicial ao aumento da competitividade do Porto de Paranaguá.
“A dragagem do porto está parada porque o IBAMA não autoriza e daqui a pouco vai ter gente dizendo que o canal já está assoreado porque tem alguns meses que a dragagem (emergencial) terminou e o processo de assoreamento é agressivo e não temos essa autorização”, desabafou Silva.
Ele sugeriu a criação de uma força tarefa do governo do Estado em convênios com universidades para que se encontrem soluções, pois a liberação de um licenciamento, atualmente, sai de 2 a 5 anos, quando sai.
A comunidade portuária aguarda a movimentação política e técnica para que situações como essa possam ser resolvidas.

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