Conheça a realidade dos pescadores no caso que envolve processos judiciais ainda sem indenização

Foto3Depois de passarem pelas Ilhas das Peças e Ilha Rasa, os profissionais envolvidos na ação Maré de Justiça chegaram à tarde em Paranaguá e encontraram o Museu de Arqueologia e Etnologia da cidade lotado de pescadores e seus familiares. O grupo de voluntários que percorre o Litoral Paranaense, a fim de prestar esclarecimentos sobre os processos judiciais movidos contra a Petrobrás por danos ambientais, foi recebido com inquietação.

Com documentos em mãos e muitas perguntas a fazer, alguns pescadores aguardavam para serem atendidos individualmente. Outros mais exaltados trocavam acusações, revelando o tamanho da desinformação. Segundo o advogado Heroldes Bahr Neto é preciso compreender as razões que levam os pescadores a se revoltarem. “Entendemos o medo e a preocupação destas pessoas de serem lesadas. Primeiro porque os vazamentos os deixaram sem trabalho. Depois foram 13 anos aguardando todo o trâmite do processo. E agora, muitos estão sendo vítimas de promessas vazias feitas por advogados, que dizem ter a capacidade de aumentar o valor das indenizações fixadas pela Justiça e agilizar os pagamentos”, afirma o sócio do Bahr, Neves e Mello Advogados, um dos escritórios envolvidos com as ações desde 2001.

“Hoje 1.600 pescadores que representamos já estão aptos a receber o restante das indenizações. É diretamente com esses clientes que viemos conversar. Mas não podemos permitir que os outros fiquem sem informação e sendo alvo da ação criminosa de um grupo mal intencionado”, reforça o advogado.

A pescadora Vera Lúcia França participou da ação Maré de Justiça em Ilha Rasa. “A título de informação, foi a reunião mais esclarecedora entre todas já realizadas. Infelizmente, tempos atrás, eu como muita gente daqui caiu na lábia de advogado, para o qual assinamos procuração. Agora aguardamos nova decisão da justiça sobre o andamento do processo para recebermos a indenização”, contou.

Foto4Para a pescadora Aurora Luiz do Nascimento Bento, a ação foi importante para desmentir boatos. “A gente escuta falarem muito que estão prejudicando os pescadores, por isso é importante a gente ouvir os advogados para saber a verdade sobre os processos de indenizações”, disse.

Dona Aurora destacou ainda o que mudou na vida dos pescadores após os dois acidentes ambientais que aconteceram no litoral paranaense em 2001, um de vazamento de óleo e outro de nafta, e da explosão do navio que causou vazamento de óleo combustível e metanol em 2004, no Porto de Paranaguá. “Na época, já passamos dificuldades com a proibição da pesca, porque vivemos dela, mas até hoje sofremos as consequências desses acidentes. De lá pra cá, o número de peixes e de camarão diminuiu muito e a pesca nunca mais voltou a ser como antes”, lamentou.

Um comentário em “Conheça a realidade dos pescadores no caso que envolve processos judiciais ainda sem indenização

  1. Parabéns pela reportagem, aliás todas as que se referem a questão dos pescadores são no mesmo sentido, sempre endeusando alguns advogados. S.M.J., mas não vi seus comentários sobre a opinião de outros pescadores, dos mais de 100 Boletins de Ocorrência e denúncias no Ministério Público, sobre apropriação indébita de vários advogados de pescadores, (40, 37 mil, etc. etc,) e das denúncias de desvio de verba pública contra lideranças de pescadores, etc. etc. ???????

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