Governo anuncia 57 privatizações e 3 são no Porto de Paranaguá

Dois terminais são interligados ao Corredor de Exportação e outro ao berço 201 no lado oeste do cais comercial. Representante da SEP e dos sindicalistas opinam sobre a privatização

3.1-Arquivo__APPA_003O governo federal anunciou nesta semana um plano para privatizar mais 57 ativos de controle estatal. Três deles são no Porto de Paranaguá. Trata-se de três  arrendamentos de áreas  portuárias destinadas a implantação de terminais de exportação de graneis de origem vegetal, sendo duas interligadas ao Corredor de Exportação e outra ao berço 201 no lado oeste do cais comercial.

3.1- SEP

“A modelagem destes arrendamentos e seu impacto sobre o funcionamento do COREX  (Corredor de Exportação) vai ser ainda discutida com os terminais já instalados a semana que vem na Secretaria Nacional de Portos e posteriormente com toda a comunidade através de futura audiência pública que antecede o lançamento do leilão de arrendamento”, informou Ogarito Linhares, diretor da Secretaria Especial de Portos (SEP).

Esta sistemática de arrendamentos de áreas portuárias para a implantação de terminais graneleiros para exportação de soja, farelo, milho, entre outros, já é um procedimento bastante conhecido no Porto de Paranaguá uma vez que através dele se implantaram no Corredor de Exportação as empresas Coamo, Cotriguaçu, CBL, Cargill, além de tantas outras de diferentes segmentos como TCP, PASA e FOSPAR, entre outros.

“Logo esses novos arrendamentos só irão trazer mais emprego e renda para cidade”, disse Ogarito.

Evidente que por se tratar  da maior intervenção de investimentos na área do Corredor de Exportação, uma vez que além dos terminais propriamente ditos, haverá o investimentos em 2 novos berços a serem construídos na forma de L. “Deve haver uma atenção redobrada na modelagem do certame de forma a garantir a eficiência operacional do melhor Corredor de Exportação de graneis do Brasil que é o COREX  de Paranaguá”, opinou Linhares.

Contatados pela redação, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) informou que não é possível haver um posicionamento a respeito neste momento e que irão aguardar o Decreto da Presidência da República que ainda não foi publicado.

No período em que foi prefeito, Carlos Tortato viveu a discussão da municipalização do Porto

No período em que foi prefeito, Carlos Tortato viveu a discussão da municipalização do Porto. E agora fala sobre a privatização

O ex-prefeito Carlos Tortato acompanhou, em seu governo, a discussão sobre privatização e a municipalização do Porto de Paranaguá. Ele, que também é sindicalista atuando como conferente afirmou que a administração, como um todo, não deve ser privatizada. “Os interesses são muitos e uma concentração de poder nas mãos da iniciativa privada poderia ser complicado para pequenos e médios exportadores. O problema, na minha opinião, está  no excesso de regulação e intervenção estatal”, disse o sindicalista.

“O estado mastodôntico e excessivamente burocrático, neste setor, é que deveria ser repensado e modernizado. Este setor tem que ter uma visão estratégica e do conjunto visando o que interessa a todos os segmentos e setores. Só o Público pode fazer isso. O privado só foca no seu interesse imediato e busca o lucro a qualquer preço”, completou Tortato.

Para o ex-prefeito, os portos são prestadores de serviço e, portanto tem que estar atento a demanda de quem, o que e quanto produz. “Investimentos no setor portuário são vultuosos e portanto, não se pode deixar cada um fazer o que quiser. Exemplo: três terminais de containeres na nossa baía, alguém vai quebrar e alguém vai jogar dinheiro no lixo. Aliás em Santos já aconteceu isso….”, lembrou.

E, para finalizar, exemplificou mais um motivo para ser contra a privatização. “A Rumo (ferrovia) passou a ser um monopólio privado de transporte ferroviário. Reclamação geral do péssimo atendimento e preços absurdos……. E daí?  A nossa cultura empresarial é predatória, imediatista e não valoriza o segmento laboral e a sonegação tem valores impressionantes em todos os setores. Como pensar que no estágio em que nos encontramos podemos prescindir do controle estatal”, defendeu Tortato.

Os três terminais são de grãos (PAR07) que terá edital no segundo trimestre de 2018 e leilão no terceiro trimestre do ano que vem. O mesmo prazo deve se repetir para o terminal de grãos denominado PAR08 e o terminal denominado PARXX.

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