Projetos para fazer perucas até ser madrinha de uma paciente fazem parte do trabalho deste novo grupo da cidade
Os projetos do Instituto De Peito Aberto criado no final de 2013, em Paranaguá, foram apresentados num evento realizado recentemente na sede da Associação Comercial de Paranaguá (Aciap) e idealizado pelo grupo e apoiado pelo Conselho da Mulher Executiva da Aciap.
O grupo é formado por mulheres que estão em tratamento ou que já passaram pelo diagnóstico positivo do câncer de mama e se uniram para buscar ajudar a outras mulheres que passarão pelo mesmo processo.
A paciente Fabiana Parro é uma delas. “Brigamos pela rapidez no diagnóstico”, disse ela durante o evento. Aliás, esta parece ser uma luta antiga e que, só agora, Paranaguá começa a dar seus primeiros passos.
A médica mastologista Ana Carolina Machado de Souza, lembra que as biópsias- exame necessário para detectar a existência de câncer – começaram a ser feitas em Paranaguá em 2010 pelo setor privado. No setor público, só no ano passado é que começaram a ser disponibilizadas.
Antes disso, quem não tinha condições de ir para Curitiba, só descobria a existência do câncer em estado avançado.
Projetos
O evento realizado pelo Instituto, em parceria com o Conselho da Mulher Executiva da Aciap foi um café que teve o objetivo de arrecadar recursos para iniciar os projetos do grupo como o “Alinhavando Vidas” que envolve trabalho de costura com a confecção de bolsas para carregar o dreno e fazer almofadas para apoiar o braço.
Outro projeto do Instituto é o “Banco de Perucas”, que servirá para aquisição de perucas para empréstimos. No processo de quimioterapia e radioterapia, é comum a paciente perder os cabelos e perucas são caras. “Muitas delas custam em torno de R$ 1mil a R$ 2 mil”, informou a Dra. Ana Carolina à reportagem do DC.
Durante o evento na Aciap, Fabiana Parro, lembrou que perder cabelo, sobrancelhas e cílios acaba com a auto-estima feminina. “Vamos ajudar no que for possível”, destacou.
O Instituto De Peito Aberto quer incentivar projetos como da Madrinha que vai buscar a paciente no dia que ela sai do primeiro tratamento, quer oferecer as rodas de conversa, que hoje já acontecem, com pessoal qualificado para dar todas as orientações necessárias sempre, através de nutricionista, psicólogo, enfermeiro, advogado, dentista, além de médicos.
Cada um destes profissionais tem um importante papel a desenvolver no processo de recuperação, pois a mulher que passa pelo tratamento de cura do câncer de mama, tem consequências em sua vida financeira, física, emocional e com tantas dúvidas, é importante que tenha apoio e profissionais experientes esclarecer as situações.
“O Instituto quer acolher os pacientes em tratamento e suas famílias”, destacou Fabiana Parro durante apresentação dos projetos do Instituto a mulheres de diversos setores da sociedade parnanguara que aderiram à iniciativa.
Atualmente, um grupo de mulheres já vem mantendo encontros mensais no Sesc de Paranaguá.