Programa de Pós-graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos desenvolve pesquisas com impacto no Litoral

Foto: Rodrigo Juste Duarte

Foto: Rodrigo Juste Duarte

A produção científica das universidades brasileiras ultrapassa o âmbito das instituições e promove impacto na sociedade.

A recente tese defendida por Fernanda Possatto, no Programa de Pós-graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos (PGSISCO), é um desses exemplos. O estudo abordou a dinâmica espacial e temporal de peixes na Baía de Paranaguá e evidenciou o lixo como um fator de contaminação importante na região. Continue lendo

Os perigos da contaminação em latinhas de alumínio

Há muitos anos se discute sobre a contaminação de latinhas de alumínio, aquelas latinhas usadas como embalagens de bebidas como cervejas e refrigerantes, e agora também utilizadas para sucos. Desde 2007 muitos estudos foram realizados no Brasil e a maioria aponta altos níveis de contaminação.

Mas como é possível latinhas serem contaminadas? A contaminação ocorre principalmente na parte externa da embalagem, mais precisamente no local de abertura para consumo das bebidas devido à falta de higiene na manipulação dessas embalagens, desde no processo de fabricação até o transporte e armazenamento em depósitos de distribuição e revendedores (bares e supermercados, por exemplo).

E não se trata de contaminação simples. Estudos indicam alta presença, em muitos casos, dos Coliformes Fecais, uma bactéria que dependendo do organismo e nível de contaminação pode causar sérios danos para a nossa saúde.

Na Argentina, por exemplo, as latas de cervejas e refrigerantes contém uma importante orientação para os consumidores, afirmando para não consumir o produto diretamente da latinha, pois muitos estudos realizados por lá comprovaram a presença de bactérias perigosas nas embalagens. Talvez a mesma informação deve ser divulgada no Brasil.

Como as latinhas podem ser contaminadas?

Desde a produção até nas prateleiras de supermercados, por exemplo, pode ocorrer a contaminação.

  • No processo de fabricação

As fábricas até contam com sistema bem higienizado, porém, em determinados processos ocorre o contato humano com os produtos. Nesse momento pode ocorrer a contaminação. Mas os níveis são baixos devido ao rígido processo de fabricação que segue as normas vigentes do país.

  • No transporte do produto

Quando ocorre o transporte das latas de refrigerantes ou cervejas das fábricas para os pontos de distribuição ocorre um nível mais elevado de contaminação. Não é difícil imaginar, pois nem sempre os meios de transporte são higienizados. Se contato ao ar livre, é ainda alarmante. Alguns fabricantes colocam as latas em fardos envolvidos por plásticos, mas não são suficientes para evitar contaminação por que na maioria dos casos esses plásticos se rompem ou contam com muitos orifícios.

  • No armazenamento e prateleiras para o consumidor

Certamente é nesse período que ocorre os maiores índices de contaminação. As latas que ficam individualmente disponíveis nas prateleiras estão vulneráveis pelo contato direto de consumidores. Poeira e outras partículas que os produtos ficam expostos também contribuí.

Pesquisas apontam que latinhas com selo de proteção também podem ser contaminadas

LACRE / CERVEJA ED GERAL JTAlguns fabricantes de cervejas, principalmente, oferecem um selo fino que envolve toda a boca da latinha. Mas uma pesquisa feita pela Universidade de Taubaté em 2012, afirma que os níveis de contaminação das latinhas com e sem o selo foi igual. O resultado é tão sério que o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu para os fabricantes retirarem esses selos ou informar os consumidores sobre a importância de higienizar as latinhas.

 

Gelo também é fonte de contaminação

Parece estanho imaginar que gelo pode ter presença de bactérias nocivas a nossa saúde, mas é possível. De acordo com pesquisas científicas, algumas bactérias resistem a baixas temperaturas e também podem contaminar objetos. Sendo assim, as latinhas de cerveja e refrigerantes que ficam em gelos industriais (fabricados por máquinas de gelos) e em determinados aparelhos de refrigeração podem sofrer contaminação do próprio gelo, principalmente devido à falta de cuidados com a manipulação da água utilizada para fazer gelo.

Um dado interessante divulgado pela Sindicerv (Sindicado Nacional da Indústria de Cerveja) revela, por meio de estudo interno, que “em relação à avaliação da contaminação quando em contato com gelo contaminado, os resultados indicaram que as latas com selo tiveram uma concentração maior dos microorganismos misturados a água contaminada em relação as latas sem o selo”.

Consumidor, proteja-se

Infelizmente o Brasil parece não ter uma fiscalização e/ou leis modernas sobre esse assunto. Importante ter campanhas de conscientização por parte dos órgão do governo e até das próprias fabricantes de bebidas sobre o assunto. Mas o consumidor brasileiro pode ficar mais atento, exigindo dos estabelecimentos comerciais maiores cuidados com os produtos e o mais importante, sempre lavar bem as latinhas e evitar o consumo direto das bebidas nas latinhas.

Artigo escrito especialmente para o blog da Luciane pelo jornalista Paulo Augusto Sebin, residente na cidade de Londrina. Já trabalhou em alguns jornais impressos. Apaixonado por blogs, conta com alguns de sucesso, como o Saboreie Receitas. Atualmente trabalha como assessor de imprensa na Termall.