Perguntas em busca de respostas
Por: Katia Muniz
Quando soube da reforma da Praça do Guincho, vibrei.
Espaço renovado, bancos novos, paisagismo, boa iluminação. Tudo para fazer jus ao entorno belíssimo, digno de cartão postal, que a natureza de bom grado nos entregou.
Desde junho, um tapume reveste toda a praça. Nesses dias, me peguei tentando enxergar, por uma fresta, o que havia do outro lado. A curiosidade sempre andou de mãos dadas comigo.
Agora não preciso mais esticar os olhinhos curiosos. Vândalos agiram e destruíram não só os tapumes, mas também parte das benfeitorias já realizadas. Volta-se à estaca zero.
Choro, grito, esperneio, faço o quê? Escrevo.
Paranaguá, porque a maltratam tanto?
Acho você tão bonita, tão cheia de graça, tão charmosa, com seus casarios históricos, com suas ladeiras. Entrega-nos de graça um rio e uma brisa capaz de nos revigorar e nos refrescar em tempos de calor escaldante.
Por que tanta gente insiste em jogar lixo na rua? Por que tantos abandonam mobílias velhas em locais públicos? Por que a Estação Ferroviária é, hoje, uma das nossas inúmeras vergonhas?
Que prazer sórdido é esse que faz destruir o que está sendo construído para o bem da coletividade?
Ah, Paranaguá! Incapaz de eleger um deputado estadual e federal, pois na época das eleições, muitos se candidatam apenas para medir sua força política, o que provoca a divisão de votos.
Paranaguá, eu sinto a sua dor. Fico triste ao perceber o quanto agoniza e perde suas forças.
Na morosidade típica e burocrática do funcionalismo público, as obras da Praça do Guincho serão retomadas.
Paranaguá, são tantas perguntas e não consigo encontrar as respostas. Mas prometo fazer só mais uma. Responda-me com o fio de força que lhe resta: Quem de fato nessa cidade te ama?