Cachaça fabricada em Morretes é eleita a melhor cachaça do Brasil

Cachaça fabricada em Morretes é eleita a melhor cachaça do BrasilA Porto Morretes Premium, produzida em Morretes, na região serrana do Paraná, foi eleita a melhor cachaça do Brasil em uma prova às cegas realizada durante a 2ª edição da Cúpula da Cachaça, o concurso de cachaça mais importante do país.

Ao todo 50 cachaças, entre brancas e envelhecidas, foram degustadas por um painel formado por 11 especialistas do setor. Mais duas paranaenses ficaram no top ten: a Companheira Extra Premium, de Jandaia do Sul, que conquistou o 3º lugar, e a Porto Morretes Tradição, que ficou em 7º.

Produtores do Litoral buscam registro de indicação de procedência, para agregar valor à produção

Pedido foi protocolado pela Adetur Litoral no final de outubro, em Curitiba; Barreado, Balas de Banana, Cachaça e Farinha de Mandioca são os itens que buscam o reconhecimento nacional

5.1-bala de bananaMuito em breve, o Paraná poderá ser detentor de novos produtos com Indicação Geográfica (IG). Quatro alimentos típicos do Litoral Paranaense já protocolaram pedido para a obtenção de registro de Indicação de Procedência (IP) junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que formaliza os diferenciais de qualidade e origem de produtos fabricados no Brasil e estabelece as condições para esse tipo de registro.

Além dos Cafés Especiais do Norte Pioneiro, que conquistaram em 2012 a certificação de IP, e o Mel de Ortigueira, que obteve em setembro passado registro de Denominação de Origem (DO), os produtores da Cachaça de Morretes, da  Bala de Banana de Antonina, da Farinha de Mandioca e do Barreado do Litoral, vinculados à Agência de Desenvolvimento do Turismo Sustentável do Litoral do Paraná (Adetur Litoral), entraram, no final de outubro, com pedidos de IG, para a espécie Indicação de Procedência (IP).

A legislação diferencia dois tipos de IG: a Indicação de Procedência e a Denominação de Origem. A consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, explica que a primeira está ligada à notoriedade histórica de uma região na fabricação de determinado produto. Já a DO é um reconhecimento de fatores geográficos (clima e solo, por exemplo) como determinantes para as características do produto final.

Foram protocolados quatro pedidos de IP, sendo Morretes para Cachaça, Antonina para Bala de Banana, Litoral do Paraná para Farinha de Mandioca e Barreado. O Sebrae/PR, a Adetur e os parceiros locais apoiam esses produtores com projetos estruturantes, que visam desenvolver essas regiões, tendo como foco a certificação de indicações geográficas, junto ao INPI, certificador oficial hoje no Brasil.

Segundo a consultora, há mais de dois anos, o Sebrae/PR vem acompanhando os produtores do Litoral com o intuito de dar condições para fortalecer a marca e os produtos, além da criação de uma identidade e da história dos produtos. “Ajudamos a levantar todo o tipo de informações relevantes para a obtenção do registro, como a investigação da história, gestão dos processos, dos produtos e das marcas, com o desafio de preparar as empresas para produzirem o produto dentro das especificações exigidas pelo INPI”, explica Maria Isabel.

Com a aprovação, os produtores regulamentados pela Adetur Litoral poderão utilizar um selo que identificará a procedência do produto como original daquela região. “Cada produto receberá um selo diferente, específico para o Barreado e a Farinha de Mandioca do Litoral, a Bala de Banana de Antonina e a Cachaça de Morretes, que irá identificar para o consumidor que o produto foi cultivado e produzido realmente naquela região.”

Após protocolar o pedido de certificação, acontece a análise da documentação enviada, que pode sugerir alterações ou solicitar mais informações dos produtos e produtores, até a efetivação do registro junto ao INPI, o que pode demorar alguns meses. “O registro vai trazer mais reputação para a região e para o produtor, vai agregar valor ao produto e criar uma identidade específica, que vai distinguir esses alimentos dos demais produtos do mercado”, garante a consultora do Sebrae/PR.

Delícias do Litoral

Para que os produtos do litoral paranaense requeressem o registro de Indicação de Procedência foram avaliados quesitos, como notoriedade, necessidade de proteção, pesquisa envolvida, geração de trabalho e renda, governança e potencial de agregação de valor.

 Barreado

No caso do Barreado, mais do que ser uma iguaria gastronômica, o prato é uma manifestação ligada a outras práticas culturais litorâneas. “A produção do Barreado envolve um intenso e dinâmico quadro articulando comida, turismo e desenvolvimento, que mostra que a importância do Barreado para o Paraná vai além da peculiaridade de seu preparo e de seu sabor”, garante a consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães.

 Farinha

Assim como o Barreado, a Cachaça e a Farinha de Mandioca também estão intimamente ligadas à história do Litoral. A farinha é um produto artesanal e sua identidade está atribuída ao fato de ser utilizada como um complemento indispensável do barreado e, também, por seu processo de produção, devido ao conjunto de artefatos artesanais usados até hoje na manufatura do produto.

 Cachaça

A cachaça é outro item tradicional, cuja produção nesta região ocorre desde o século XVIII e resiste ainda hoje, adaptando-se às transformações, sem perder seu significado cultural. De acordo com os fabricantes, a cana de açúcar produzida no Litoral e o processo de produção adotado geram uma bebida com acidez, pureza e aroma diferenciados.

Bala de banana

Já a produção de bananas se dá pelo fato da região litorânea do Estado apresentar condições climáticas ideais para o seu cultivo, que é comercializada in natura na sua maioria. Uma parte menor é utilizada como matéria prima para a produção de derivados, entre eles, a Bala de Banana.

“A maior parte dos produtores de balas de banana vem do meio rural, que enxergam no processamento do excedente da fruta uma forma de diversificação, o que justifica os quesitos de geração de trabalho e renda, e potencial de agregação de valor”, finaliza a consultora.

Quatro produtos do Litoral podem receber registro de Identificação Geográfica

Sebrae estimula registro de identificação geográfica de dez produtos típicos do Paraná

3.1-especiais-barreado “O registro de Indicação Geográfica (IG) é conferido a produtos ou serviços característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de distingui-los em relação aos seus similares disponíveis no mercado.” A definição de IG, difundida pelo Ministério da Agricultura, tem despertado a atenção de empreendedores rurais paranaenses que, com a ajuda de entidades como o Sebrae/PR, têm enxergado as vantagens e dado os primeiros passos rumo à certificação.

Quem já não ouviu falar do vinho do Porto, típico de Portugal? Do champagne e do queijo Roquefort franceses? Do aceto balsâmico de Modena ou ainda do presunto, também italiano, de Parma? São produtos reconhecidos por apresentar qualidade única em função de recursos naturais, como o solo, a vegetação, o clima e o saber fazer (know-how ou savoir-faire).

De olho nos registros que conferem identificação geográfica a produtos, o que significa, para muitos empreendedores rurais, melhores condições para competir num mercado global, o Sebrae/PR realizou nesta semana, em Curitiba, o 1º Encontro Paranaense de Indicação Geográfica. O evento, no auditório da entidade, reunirá representantes de produtores, especialistas no tema e servirá para tirar dúvidas sobre o processo de registro. Na oportunidade, também serão apresentados casos de sucesso.

A articulação em torno do tema começou no ano passado, quando o Sebrae Nacional analisou 35 produtos paranaenses com potencial para obtenção de registro de IG, conta a coordenadora estadual de Agronegócio do Sebrae/PR, Andreia Claudino. “Do total, dez produtos foram escolhidos para ser trabalhados pela entidade, produtores e parceiros, com a meta de obter novos registros para o Paraná”, assinala. “Este evento estadual reforçará nossa estratégia, que é, até outubro de 2015, dar entrada a dez pedidos de registro.”

Dentre os produtos paranaenses que buscam a IG, processo que pode levar até três anos, estão a uva de Marialva; o mel do Lago de Itaipu; o melado de Capanema; os queijos de Witmarsun; a goiaba de Carlópolis; a erva-mate de São Mateus do Sul; e a farinha de mandioca, a cachaça, os derivados de banana e o barreado, estes do Litoral paranaense. “A identificação geográfica tem várias funções, que vão desde dar proteção aos produtos contra fraudes; fortalecer segmentos; até posicionar marcas diante do mercado”, explica.

Para Andreia Claudino, do Sebrae/PR, os empreendedores rurais do Paraná já têm exemplo de sucesso bem próximo, para se inspirar: os cafés especiais produzidos no Norte Pioneiro que, em 2012, com o apoio da entidade, conquistaram, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o certificador oficial no Brasil, o primeiro registro de IG do Estado. Conquista que abriu caminho também para um segundo pedido de registro, ainda em andamento, que busca o reconhecimento do mel produzido em Ortigueira.