Área de escape é recurso para que os veículos de grande porte possam usar como refúgio caso o sistema de frenagem pare de funcionar
A concessionária Ecovia anunciou na última terça-feira (5) que deve concluir até o mês de agosto o projeto que prevê a implantação de uma área de escape na Serra do Mar. O projeto executivo foi solicitado pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), mas ainda não há previsão para início das obras ou pontos em que seriam fixadas as áreas de escape.
Segundo a Ecovia, assim que concluído, o projeto será encaminhado ao órgão, que analisará viabilidade técnico-financeira e deliberará sobre a execução. “A concessionária ratifica a informação de que esta obra não está prevista em contrato”, informou ao site da Rádio Banda B.
Os questionamentos sobre uma área de escape surgiram, especialmente, após o acidente de domingo, quando um caminhão-tanque com problemas nos freios, provocou um acidente que resultou na morte de seis pessoas, sendo três homens adultos, duas mulheres e uma criança.
Muitas pessoas questionaram se a existência de uma área de escape poderia ter diminuído os danos da batida, uma vez que o recurso é uma alternativa para que os veículos de grande porte possam usar como refúgio caso o sistema de frenagem pare de funcionar. Sua estrutura é semelhante à utilizada em circuitos de Fórmula 1, com sinalização e uma “caixa de brita”. Normalmente, a caixa é preenchida com bolinhas de argila expandida, material leve em que o veículo afunda e para. Assim, a velocidade diminui num curto espaço de tempo.
Em 2011, Autopista Litoral Sul instalou uma área de escape entre os quilômetros 671 e 672 da BR-376, na região de Guaratuba. Só nos primeiros três anos, por exemplo, 112 caminhões e dois ônibus utilizaram o recurso, o que evitou que os veículos se envolvessem em acidentes no trecho considerado crítico. Além de ajudar a reduzir acidentes, o uso do recurso permitiu que a rodovia pudesse identificar os tipos e modelos de caminhões que mais apresentavam problemas e passou a repassar esses dados para a Polícia Rodoviária Federal que intensificou a fiscalização na manutenção destes veículos.
É lamentável que áreas como essa não estejam nos projetos de contrato e que sejam viabilizadas, somente, após um acidente com vítimas fatais.