Equipes de resgate de animais marinhos estão nas praias do Litoral

Em quatro meses de projeto as equipes já encontraram vários animais marinhos mortos, entre eles uma tartaruga-de-couro e várias espécies de aves marinhas, as quais estão entre as ameaçadas de extinção na costa brasileira. A tartaruga-de-couro tinha no estômago duas sacolas plásticas inteiras

O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, visita o Centro de Estudos do Mar - CEM, em Pontal do Sul. Pontal do Sul, 19-12-15. Foto: Arnaldo Alves / ANPr.

O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, visita o Centro de Estudos do Mar – CEM, em Pontal do Sul.
Pontal do Sul, 19-12-15.
Foto: Arnaldo Alves / ANPr.

Veranistas e turistas encontrarão durante o verão camionetes circulando pelas praias paranaenses. Trata-se das equipes do projeto de monitoramento e regaste de animais marinhos, do Centro de Estudos do Mar (CEM), da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O Centro é responsável pela coordenação do “Projeto Monitoramento de Praia”, que no Paraná foi a única condicionante imposta à Petrobras para a exploração das áreas de pré-sal. O mais interessante é que é uma universidade pública a responsável pelo trabalho, o que é muito mais produtivo e permite o envolvimento maior da sociedade”, explica a coordenadora do projeto, a bióloga Camila Domit. Os veículos estão identificados com a marca do projeto e com sinalizador e percorrem as praias.

O monitoramento começou em agosto e é feito diariamente em todas as praias de Guaratuba, Matinhos e Ponta do Paraná, com o apoio das prefeituras e das Secretarias de Meio Ambiente. As praias das Ilhas do Mel, das Peças e de Superagui são monitoradas por bicicleta. Mais de 40 pessoas participam do projeto e algumas são da comunidade, contratadas pelo projeto para o monitoramento.

Em quatro meses de projeto as equipes já encontraram vários animais marinhos mortos, entre eles uma tartaruga-de-couro e várias espécies de aves marinhas, as quais estão entre as ameaçadas de extinção na costa brasileira . A tartaruga-de-couro tinha no estômago duas sacolas plásticas inteiras. “A destinação do lixo é muito preocupante, pois casos como esse estão se tornando algo comum com a fauna marinha, infelizmente”, disse Camila.

A população pode acionar as equipes quando encontrar um animal morto ou encalhado nas praias paranaenses pelo contato com a equipe do Projeto de Monitoramento de Praias pelos telefones (41) 9854-3710, 0800-642-3341, ou com a Polícia Ambiental, pelo 190 e 193.

Estudantes criam aplicativo para localizar e mapear animais marinhos

Projeto foi desenvolvido na unidade do IFPR de Paranaguá.
Iniciativa busca ajudar pesquisadores a encontrar baleias encalhadas.

equipe_larus_fonte_fernanda_sartorUm grupo de estudantes de Paranaguá desenvolveu um aplicativo para ajudar quem pesquisa a vida marinha. A plataforma Larus, que deve estar disponível em breve para os usuários de aparelhos móveis, ajuda a mapear os locais onde há aparições de animais como baleias, tartarugas, pinguins, entre outros.
Segundo o estudante Jorge Ferreira Neto, do Instituto Federal do Paraná (IFPR), um dos idealizadores do aplicativo, a demanda surgiu de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que trabalham no monitoramento dessas espécies.

Segundo ele, as equipes da UFPR recebem muitas notificações sobre as espécies marinhas encontradas em praias vindas da população. No entanto, as informações sobre as espécies e a localização exata nem sempre são precisas.

De acordo com a professora Izabel Carolina Raittz Cavallet, que orientou o trabalho dos estudantes, o aplicativo Larus deve estar disponível para download em dispositivos com o sistema operacional Android, nas próximas semanas. Ela conta que esse foi o primeiro aplicativo criado pela linha de projetos de empreendedorismo inovador do IFPR. Além de Jorge, também participaram do desenvolvimento os alunos Flávia Rossato e Renata Cristina dos Santos.
Jorge, que recebeu uma bolsa de pesquisa para desenvolver o aplicativo, conta que essa foi a segunda experiência dele no ramo da programação.

Embora esteja ganhando dinheiro a partir do aplicativo de entrega de comida, Jorge conta que o objetivo com o projeto Larus não tem fins lucrativos. “O apoio financeiro veio do IFPR. Ganho uma bolsa por mês”, conta. Ainda segundo ele, o programa será distribuído pela loja de aplicativos do Google e quem quiser ajudar nas pesquisas não precisará pagar por ele.

Fonte: Globo.com