Tripulante de navio morre em Paranaguá

Porto_de_Paranagua__Fotos_de_Ivan_BuenoMalária provocou a morte, mas havia comentários de que poderia ser ebola. Anvisa diz que em nenhum momento tratou o caso como suspeita de ebola.

A Anvisa foi notificada do falecimento de um dos tripulantes do navio M/V Baltic Panther nesta quinta-feira, 04, que veio da Costa do Marfim.

O tripulante apresentou desconforto e dores abdominais. Em razão disso, foi transferido para a UTI hospitalar. O quadro clínico evoluiu para parada cardíaca e hemorragia cerebral. Os laudos iniciais revelam que o óbito se deu em decorrência de malária.

Em  nota  a  Anvisa  destacou  que, em nenhum momento, este caso foi tratado como suspeita de ebola  desmentindo  boatos  e  especulações  criadas  desde  o  início  da  semana.

Estratégias para evitar ebola em Paranaguá estão traçadas

5.1-IMG_3932A Administração dos Portos do Paraná se prepara para organizar um exercício simulado de atendimento de emergência no caso de suspeita de infecção pelo vírus Ebola na área portuária. O treinamento prático será realizado junto com a Secretaria Municipal de Saúde, 1ª Regional de Saúde da Secretaria de Estado e Anvisa.

O plano define um protocolo a ser seguido em caso de suspeitas da doença

Plano

O agente marítimo é o primeiro contato com a embarcação (que apenas está liberada para atracar e operar depois de vistoriada e autorizada, pelo documento de livre prática, pela Anvisa).

Em caso de uma situação de risco, o protocolo a ser seguido é avisar imediatamente a Agência Nacional que aciona o Samu que, por sua vez, assume a remoção do doente (tripulante, no navio ou no cais) e deve encaminhá-lo – primeiro por lancha, se o navio estiver fundeado ou ao largo – e depois em ambulância até o Hospital Regional do Litoral.

 

“Esse caminho deve ser bem reparado. Por isso a importância de se fazer o simulado. Vamos criar um grupo com a Appa, a Saúde (no município e no Estado, através da Regional), a Anvisa, a equipe do Samu e do Hospital Regional para operacionalizar isso e deixar todo esse trajeto bem preparado. Com o exercício prévio à emergência fica possível de se detectar falhas e corrigi-las a tempo”, afirma a Secretária Municipal de Saúde, Terezinha Flenik Kersten.

Riscos

Como apresentou na reunião o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, apesar do alerta que vem sendo feito em relação aos riscos da entrada do vírus pelos portos brasileiros, em Paranaguá esse risco é pequeno.

Segundo ele, de janeiro a julho, foram atracados 1.405 navios trazendo quase 28 mil tripulantes. De acordo com as origens, entre esses navios, apenas quatro embarcações foram provenientes de países como Serra Leoa, Nigéria e Libéria – ou seja, da área crítica.

PRECAUÇÕES PARA QUEM TEM ACESSO ÀS EMBARCAÇÕES

  1. Cuidados com contato direto com aqueles em zona de risco (aperto de mão, abraços, etc);
  2. Evitar o uso de materiais de uso comum (copos, talheres, pratos, toalhas, etc);
  3. Em caso de sinal suspeito (embarcados passando mal ou com sintomas suspeitos) informar às autoridades o mais rápido possível e evitar ao máximo o contato de casos suspeitos com outras pessoas.

O QUE NÃO FAZER EM CASO DE SUSPEITA

Não encaminhar casos suspeitos ao ambulatório da Appa;

Não utilizar a ambulância da Appa/OGMO (ou outra que não seja do Samu);

Não encaminhar o caso aos postos de saúde;

Não encaminhar a clínicas privadas;

COMO A APPA VAI PROCEDER

Cabe a APPA – Na existência de casos identificados pela ANVISA:

Informar ao Vigiagro, Receita Federal, Polícia Federal, SEP e CPPR;

  • Suspender a operação e garantir o isolamento da área onde o navio está atracado;
  • Ofertar uma área para quarentena do navio;
  • Informar as equipes de solo responsáveis pela limpeza e remoção de resíduos dos navios;

Além disso, a Appa vai disponibilizar aos trabalhadores EPIs especiais como Mascaras N-95, Proteção facial, Jaleco de mangas compridas, Luvas e aventais impermeáveis.

Portos do Paraná intensificam alerta para o vírus Ebola

normal_IMG_3901A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em Paranaguá, fará nesta segunda-feira (18) uma reunião para tratar com mais detalhes sobre o tema com toda a comunidade portuária local. No entanto, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) optou por se adiantar e ampliar a divulgação sobre a doença, para garantir a segurança de quem trabalha na atividade.

Segundo o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, apesar do controle sanitário ser de responsabilidade da Anvisa (em relação às pessoas) e ao Vigiagro/Ministério da Agricultura (quanto à carga), esse trabalho de propagação da informação é fundamental em situações como a que se apresenta, em relação à doença.

“Para operar pelos portos paranaenses, os navios devem estar com a documentação e situação sanitária de acordo com as exigências desses órgãos. A nossa contribuição está sendo em divulgar os comunicados das agências nacionais e dados sobre o vírus e a transmissão para evitar que esse contato dos trabalhadores locais com os tripulantes do navio, que podem vir dessas regiões africanas mais afetadas, seja porta de entrada para o Ebola”, afirma.

CONTATO – Até julho, os portos do Paraná receberam 1.393 navios – 34 de carga geral, 405 de contêineres, nove de derivados de petróleo, 260 de outros granéis líquidos, 586 e granéis sólidos e 99 de veículos (Ro-Ro). Considerando que, em média, cada navio traz 20 tripulantes, são 27.860 trabalhadores de diversas origens que passaram pelo Porto nos sete primeiros meses deste ano.

Esses tripulantes podem chegar a descer do navio e sair do porto (dependendo da liberação da Polícia Federal e do tempo de operação do navio) e ainda têm contato com os trabalhadores locais – Trabalhadores Portuários Avulsos (TPAs) – que também vão a bordo durante as operações.

Ao capitão do navio, em caso de algum tripulante apresentar os sintomas, e que tenha circulado nos últimos 30 dias nas regiões africanas já citadas, a Anvisa orienta que se notifique a situação imediatamente às autoridades de saúde brasileiras e que se isole o doente na cabine, oferecendo todo suporte de água e alimentação necessários. Orienta-se ainda que apenas um tripulante designado (médico ou outro designado) passe a se comunicar e servi-lo até sua remoção ou liberação conforme instruções das equipes de saúde no solo. Seguir as recomendações locais da autoridade sanitária quanto à limpeza, retirada de resíduos, etc.

Reunião– Nos portos paranaenses não chegou até agora nenhum navio nestas condições. Na próxima segunda-feira (18), às 14h, no auditório da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap), a Anvisa Paranaguá vai realizar uma reunião mais detalhada com a comunidade portuária local.

Fonte: Appa