Antaq ordena nova licitação da área da Bunge em Paranaguá

porto_de_paranaguaA Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) declarou extinto o contrato de arrendamento da Bunge Alimentos no Porto de Paranaguá, mas autorizou a assinatura de um novo aditivo com validade de 180 dias para que, neste prazo, sejam realizadas novas licitações, já dentro das normas da polêmica Medida Provisória 595.

A resolução foi publicada no Diário Oficial da União de ontem.

A Antaq ressaltou que o poder para a assinatura desses contratos está agora com a Secretaria de Portos da Presidência da República. Antes da edição da chamada MP dos Portos essa era uma tarefa das autoridades portuárias locais. Em outras palavras, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) agora deve apenas subscrever o que for determinado em Brasília.

A Bunge já oficializou junto à autoridade portuária sua disposição em continuar a desenvolver suas atividades no local, investindo em modernização e ampliação. A empresa é uma das principais exportadoras de grãos do Brasil.

PR integra movimento nacional por mudanças na MP dos Portos

AO Paraná passou a integrar nesta segunda-feira (11) o movimento nacional pelas mudanças na MP dos Portos, editada do governo federal e em discussão no Congresso Nacional. A adesão ocorreu durante reunião no Palácio Iguaçu, entre o governador Beto Richa (PSDB), o deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP), presidente nacional da Força Sindical e o deputado estadual Alceu Maron (PSDB).

Também participaram do encontro lideranças sindicais e políticas do Litoral do Estado, onde estão localizados os portos de Paranaguá e Antonina. A MP dos Portos coloca em risco os direitos trabalhistas, uma vez que a gestão dos portos públicos passará para a iniciativa privada, sob o argumento de concessão, criado pelo governo federal.

O deputado Alceu Maron, representante do Litoral, destacou a importância do Paraná entrar neste movimento nacional em defesa da manutenção dos portos públicos e dos trabalhadores portuários. “Saio muito satisfeito dessa reunião com a presença maciça das lideranças sindicais do Porto de Paranaguá. Vamos sensibilizar o governo federal e a ministra Gleisi Hoffmann, que está à frente da edição desta MP, para que dialoguem com os trabalhadores porque neste processo a corda sempre arrebenta no lado mais fraco”, disse Maron.

De acordo com o deputado, a MP dos Portos vai prejudicar ainda mais os investimentos que o governo do Paraná vem fazendo nos portos de Paranaguá e Antonina. “O governo federal precisa assumir maiores compromissos com as suas responsabilidades, como por exemplo a infraestrutura do país, que sofre com gargalos. Muitos dos investimentos que estavam sendo preparados pelo governo do estado podem estar em risco”, disse.

Maron defende um trabalho com maior eficiência da Receita Federal e que o Ministério da Agricultura tenha pessoal suficiente para atender a demanda no cais do porto.

Diálogo

As ações em torno da MP dos Portos estão ocorrendo sem o devido diálogo com a sociedade, governos estaduais e municipais, além da classe trabalhadora. Esta é, pelo menos a opinião do governador Beto Richa, Paulinho da Força, do deputado do Litoral e lideranças sindicais.

“Como representante do Litoral tenho a obrigação de estar presente, pois são as famílias dos portuários, dos comerciários, todos estão inseguros, pois não sabem o futuro da massa de trabalhadores de Paranaguá e Antonina”, disse Alceuzinho Maron.

 

Greve

Os sindicatos dos trabalhadores, que representam os condutores, guarda portuária, bloco, estivadores e arrumadores não descartam paralisações, como já ocorreram recentemente em alguns portos, e até mesmo greve por tempo indeterminado.

“Mais do que um desgaste para os trabalhadores, há um impacto social muito grande na área portuária. Estamos todos unidos para que essa medida provisória não saia do papel”, disse o dirigente sindical Ademir Scomasson, do Sindicato dos Condutores.

“A MP dos Portos pode colocar em risco direitos históricos dos trabalhadores portuários, garantidos antes mesmo da Consolidação das Leis do Trabalho”, lembrou o secretário do Trabalho, Luiz Cláudio Romanelli.

Participaram também da reunião o superintendente do Porto de Paranaguá, Luiz Henrique Dividino, o secretário de Infraestrutura e Logística, Pepe Richa, além dos deputados federais Alfredo Kaefer (PSDB) e Fernando Franscischini (PEN) e de lideranças sindicais do estado.

Sindicalistas de Paranaguá reividicam mudanças na MP 595 em Brasília

congresso-nacionalHouve um encontro dos sindicalistas do Brasil nesta semana. O presidente do Sindicato dos Conferentes de Paranaguá, Carlos Tortato, esteve em Brasília participando da 7a Marcha das Centrais Sindicais com mais de 50 mil pessoas na capital federal de seis centrais sindicais com o objetivo de alertar a presidente Dilma para que ela mantenha diálogo com estas centrais no que diz repeito à Medida Provisória 595 que estabelece um “pacote” de medidas para os portos brasileiros.

“Há uma intensa mobilização. Os trabalhadores querem ser ouvidos, assim como os empresários são ouvidos”, destacou Tortato.

No mês passado, os trabalhadores dos portos brasileiros prometeram uma greve mas foi mantido um acordo que prevê que qualquer paralisação deveria ser suspensa até o dia 15. E que, durante o período, sindicalistas e governo negociariam os termos da MP 595, que estabelece novo marco regulatório para o setor, em substituição a Lei 8.630, a chamada Lei de Modernização dos Portos, de 1993. A medida, contudo, enfrenta forte resistência dos portuários.

Entre as principais reivindicações da categoria estão a previsão de tratamento igualitário entre os terminais públicos e privados, o que inclui a isonomia de custos e tarifas e a contratação, pela iniciativa privada, apenas de trabalhadores cadastrados ou registrados nos orgãos gestores de Mão de Obra (Ogmos). Os trabalhadores também são contrários à privatização da gestão portuária, hoje à cargo das companhias Docas e outras administradoras portuárias públicas.

Os trabalhadores também defendem a inclusão e definição das atribuições da Guarda Portuária na MP 595, de forma a impedir a terceirização da atividade; a previsão de que os trabalhadores portuários sejam representados exclusivamente pelos sindicatos do setor; a manutenção da proibição do trabalho temporário nos portos, conforme previsto na Lei 8.630.

Portuários vão suspender paralisação até 15 de março

O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, disse hoje que os trabalhadores portuários concordam em suspender a greve até o dia 15 de março, quando esperam concluir as negociações com o governo federal para tratar da medida provisória 595, a MP dos portos, que estabelece um novo marco regulatório para o setor.

Cerca de 30 mil trabalhadores portuários realizaram nesta manhã protestos em diversas cidades do País.

Estiveram reunidos hoje no Palácio do Planalto o ministro-chefe da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, técnicos da Casa Civil e representantes da Federação Nacional dos Estivadores, da Federação Nacional dos Portuários e da Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios, nas Atividades Portuárias (Fenccovib) para negociarem o fim da paralisação.

5 mil trabalhadores cruzaram os braços em Paranaguá

Estivadores e trabalhadores de outros sindicatos paralisaram serviços hoje

Estivadores e trabalhadores de outros sindicatos paralisaram serviços hoje

Acordo entre os sindicatos e o governo federal, feito agora a pouco, determina o fim da greve. Os trabalhadores portuários concordaram contanto que não haja nenhum lançamento de edital de licitação até o dia 15 de março.

A paralisação foi feita em protesto à Medida Provisória 595 que envolve a licitação de terminais privados em portos brasileiros. “Vão acabar com a nossa mão-de-obra. Se nascer portos novos, nós não vamos entrar pra ser a mão-de-obra”,  disse o secretário do Sindicato dos Estivadores, Oziel de Souza.

Sindicatos ameaçam realizar greve contra MP dos portos

Porto-de-ParanaguáTrabalhadores portuários marcaram paralisações em portos de todo o Brasil na sexta-feira e na terça-feira da próxima semana para protestar contra mudanças que o governo quer implementar nos portos por meio da Medida Provisória 595.

Nove categorias de trabalhadores portuários devem alterar hoje mesmo os trabalhos no porto de Santos.

A oposição dos trabalhadores à medida provisória ocorre porque ela permite que terminais instalados fora dos portos públicos tenham um modelo diferente de contratação e gestão de mão de obra.

Pela MP, editada em 5 de dezembro, eles poderão contratar todos os funcionários a partir da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).

Para os terminais que operam dentro dos portos públicos (como os de Santos, Paranaguá e Rio de Janeiro), a regra é outra: eles são obrigados a contratar mão de obra avulsa para movimentar cargas dentro dos navios. Funcionários efetivos só podem trabalhar em terra.

O temor dos manifestantes é que a diferença nas regras torne os portos privados mais vantajosos que os públicos. Com isso, os trabalhadores avulsos perderiam serviço.

MODELO

Essa “reserva de mercado” tem origem há várias décadas e provocou distorções.

Até 1993, os sindicatos exerciam o poder de definir quem, quando, quantas vezes e onde um trabalhador avulso seria escalado.

Nesse ano, foi promulgada a lei nº 8.630, que tentou eliminar essa influência exigindo que a mão de obra avulsa fosse contratada apenas por meio de um órgão específico, o Ogmo (Órgão Gestor de Mão de Obra). Segundo o Ministério Público do Trabalho, o efeito foi nulo: os sindicatos continuaram exercendo influência sobre o Ogmo.

O MPT afirma que grande parte dos atuais 23 mil trabalhadores avulsos (eram 40 mil em 1993) recebe um salário mínimo por mês, enquanto um pequeno grupo é beneficiado com remuneração de até R$ 30 mil mensais.

São cifras que superam em muito valores pagos a profissionais valorizados, como os operadores de guindaste ou de empilhadeira, cuja renda é de R$ 5.000 por mês.

Os privilégios acontecem porque há “fraude no rodízio dos trabalhadores”, segundo Maurício Coentro, coordenador nacional de trabalho portuário e aquaviário do MPT. Alguns poucos são escalados sempre para funções mais bem remuneradas, enquanto a maioria fica com funções menos valorizadas.

Em 2012, o MPT tentou impor um sistema eletrônico de rodízio, com jornada de 6 horas e descanso de 11 horas. O sistema garantiria isonomia: todos trabalhariam nos terminais de contêineres (onde a remuneração é melhor) e nos de sacarias de açúcar (onde ela é pior). Uma reação dos sindicatos, no entanto, impediu a adoção do sistema.

Porto de Paranaguá pode ser concedido à iniciativa privada

IMG_0799A Secretaria de Portos da Presidência da República divulgou, nesta semana, a lista de 159 terminais em Portos Marítimos Organizados que poderão ser licitados dentro das condições previstas na Medida Provisória 595.

A MP dos Portos, em tramitação no Congresso, trata, entre outros itens, da concessão dos portos à iniciativa privada.

A relação traz terminais como Belém-Miramar, na Região Norte; Aratu, Cabedelo e Suape, no Nordeste; Santos, no Sudeste; e Itajaí e Paranaguá, no Sul.

Segundo o ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Leônidas Cristino, as licitações serão feitas em blocos e a primeira incluirá pelo menos dez áreas de arrendamento já vencidas nos portos de Santos (SP) e do complexo de Belém (PA). “A ideia é fazer essa licitação no primeiro semestre”, disse Cristino, após reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Entre os 159 terminais que o governo quer licitar, 42 são novos e o restante são áreas existentes cujos contratos de arrendamento já venceram ou vencem até 2017. As licitações serão obtidas por quem oferecer o menor preço para transportar a maior quantidade de carga.

Os empreendimentos foram agrupados em quatro blocos –Norte, Nordeste, Sudeste e Sul– e incluem, por exemplo, a “Área do Meio”, terreno de 245 mil metros quadrados em Itaguaí (RJ), alvo do interesse de empresas como as siderúrgicas Usiminas e ArcelorMittal para escoar produção de minério de ferro. Segundo o ministro, esse terminal deve ser leiloado até o fim deste ano.

Pelo plano de investimento de 54,2 bilhões de reais em portos anunciado pelo governo no fim do ano passado, os contratos de concessão de portos organizados e arrendamentos de instalação portuária terão prazo de até 25 anos, prorrogáveis por uma única vez por igual período.

A lista de empreendimentos pode ser acessada em: http://www.portosdobrasil.gov.br/evteas